Adolf Eichmann | |
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Otto Adolf Eichmann em 1942 | |
Nascimento | 19 de março de 1906 Solingen, Renânia do Norte-Vestfália, Império Alemão |
Morte | 1 de junho de 1962 (56 anos) Ramla, Israel |
Causa da morte | Enforcamento |
Nacionalidade | alemão |
Cônjuge | Veronika Liebl |
Filho(a)(s) | Klaus Eichmann (nascido em 1936 em Berlim) Horst Adolf Eichmann (nascido em 1940 em Viena) Dieter Helmut Eichmann (nascido em 1942 em Praga) Ricardo Francisco Eichmann (nascido em 1955 em Buenos Aires) |
Empregador(a) | RSHA |
Cargo | Administrador do programa da Solução Final judaica |
Serviço militar | |
País | Alemanha Nazista |
Serviço | Schutzstaffel (SS) |
Anos de serviço | 1933–1945 |
Patente | SS-Obersturmbannführer (tenente-coronel) |
Conflitos | Segunda Guerra Mundial |
Condecorações | Cruz de Ferro Cruz de Mérito de Guerra (2) |
Otto Adolf Eichmann (pronunciado [ˈɔto ˈaːdɔlf ˈaɪ̯çman]; Solingen, 19 de março de 1906 – Ramla, 1 de junho de 1962) foi um SS-Obersturmbannführer (tenente-coronel) da Alemanha Nazista, e um dos principais organizadores do Holocausto. Eichmann foi designado pelo SS-Obergruppenführer (general/tenente-general) Reinhard Heydrich para gerir a logística das deportações em massa dos judeus para os guetos e campos de extermínio das zonas ocupadas pelos alemães no Leste Europeu durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1960, foi capturado na Argentina pela Mossad, o serviço secreto de Israel. Após um julgamento de grande publicidade em Israel, foi considerado culpado por crimes de guerra e enforcado em 1962.
Depois de frequentar a escola, onde foi um aluno mediano, Eichmann trabalhou na empresa de mineração do seu pai na Áustria, para onde a família foi viver em 1914. A partir de 1927, trabalhou como técnico comercial da área do petróleo, juntando-se ao Partido Nazista e às SS em 1932. Após regressar à Alemanha em 1933, entrou para o Sicherheitsdienst (SD; Serviço de Segurança), onde foi nomeado para chefe do departamento responsável pelas questões judaicas — em particular a emigração, a qual os nazistas forçaram através da violência e pressão econômica. No início da guerra em setembro de 1939, Eichmann e o seu pessoal concentraram os judeus em guetos nas grandes cidades, esperando que fossem transportados para o leste e para territórios ultramarinos. Eichmann elaborou planos para colocar os judeus em reservas, primeiramente em Nisko no sudeste da Polônia e, mais tarde, em Madagáscar, mas nenhum deles seguiu em frente.
Quando os nazistas deram início à invasão da União Soviética em 1941, a política em relação aos judeus foi alterada passando de emigração para extermínio. Para coordenar o planeamento do genocídio, Heydrich recebeu os responsáveis administrativos do regime na Conferência de Wannsee em 20 de janeiro de 1942. Eichmann reuniu informação para Heydrich, esteve presente na reunião e preparou as minutas. Eichmann e o seu pessoal ficaram responsáveis pela deportação dos judeus para os campos de extermínio, onde as vítimas foram gaseadas. Depois da invasão alemã da Hungria em março de 1944, Eichmann supervisionou a deportação de grande parte da população judia daquele país. Muitas das vítimas foram enviadas para Auschwitz, onde entre 75 e 90 por cento foi executada à chegada. Quando os transportes cessaram em julho de 1944, 437 000 dos 725 000 judeus húngaros tinham sido mortos. O historiador Richard J. Evans estima que entre 5,5 e 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelos nazistas. Eichmann afirmou no final da guerra que "daria saltos na sua sepultura de tanto rir porque, sentir que tinha cinco milhões de pessoas na sua consciência, seria para ele uma fonte de extraordinária satisfação".[1]
Depois da derrota da Alemanha em 1945, Eichmann fugiu para a Áustria. Ali viveu até 1950, mudando-se para a Argentina usando documentos falsos. As informações recolhidas pela Mossad possibilitaram confirmar a localização de Eichmann, em 1960. Uma equipe da Mossad e agentes da Shin Bet sequestraram Eichmann e levaram-no para Israel para ser julgado sobre 15 crimes, incluindo crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes contra o povo judeu. Considerado culpado de muitas das acusações, foi condenado à morte e executado em 1 de junho de 1962.[nota 1] O julgamento foi seguido pelos meios de comunicação e serviu de inspiração para vários livros, incluindo o de Hannah Arendt, Eichmann em Jerusalém, no qual Arendt descreve Eichmann com a frase "a banalidade do mal".[3]
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correspondente