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A Afrodite de Cnido é uma das mais célebres criações do escultor ático Praxíteles (século IV a.C.). A estátua tornou-se famosa pela sua beleza, concebida para ser apreciada de todos os ângulos, e por ser a primeira representação de uma deusa completamente nua. Afrodite prepara-se para um banho, segurando a sua roupa ou uma toalha na mão esquerda, enquanto esconde modestamente os genitais com a mão direita.[1]
De acordo com uma descrição, possivelmente apócrifa, de Plínio, Praxíteles recebeu uma encomenda dos cidadãos de Cós para esculpir uma estátua da deusa Afrodite. Praxíteles terá criado duas versões: uma vestida com roupas e a outra completamente nua. Os cidadãos de Cós, chocados, rejeitaram a estátua nua e compraram a versão coberta, que não sobreviveu até aos nossos tempos, nem parece ter merecido a atenção dos seus contemporâneos. A versão rejeitada de Afrodite nua foi comprada por alguns cidadãos de Cnido e exposta num templo ao ar livre, num pedestal que permitia observá-la de todos os lados. Tornou-se rapidamente uma das mais famosas obras de Praxíteles, pela sua beleza e erotismo.[2]
A obra deu origem a uma família tipológica conhecida como Vênus Pudica, um dos modelos formais mais reproduzidos na arte do Ocidente, com muitas variantes.[1]