Aristotelismo

Aristóteles, de Francesco Hayez

Aristotelismo é a influência exercida pela filosofia de Aristóteles ao longo da história do pensamento ocidental.[1] Geralmente caracterizada por lógica dedutiva e método analítico indutivo no estudo da natureza e leis naturais. Ele busca explicações através das Quatro causas, incluindo propósito ou Teleologia, e enfatiza virtudes éticas. Aristóteles e sua escola escreveram tratados sobre física, biologia, metafísica, lógica, ética, estética, poesia, teatro, música, retórica, psicologia, linguística, economia, política e governo. Toda escola de pensamento que use alguma das distintas posições de Aristóteles como ponto de partida pode ser considerada "Aristotélica" no sentido mais amplo. Isso significa que diferentes teorias Aristotélicas (por exemplo ética ou ontologia) podem não ter muito em comum exceto a referência a Aristóteles.

Na época de Aristóteles, filosofia incluía filosofia natural, que precedeu o advento da ciência moderna durante a Revolução Científica. Os trabalhos de Aristóteles eram inicialmente defendidos por membros da Escola peripatética, e mais tarde pelos Neoplatonistas, que fizeram muitos comentários sobre os escritos de Aristóteles. Durante a Era de Ouro Islâmica, Avicena e Averróis traduziram os trabalhos de Aristóteles para o árabe e com eles, junto de filósofos como Alquindi e Alfarábi, o Aristotelismo se tornou uma grande parte da Filosofia islâmica clássica.

Maimônides adotou o Aristotelismo dos pensadores islâmicos clássicos e baseou seu Guia para os Perplexos nele, e isso se tornou a base para a escolástica de filosofia judaica. Apesar de alguns dos trabalhos lógicos de Aristóteles serem conhecidos na Europa Ocidental, foi apenas com as traduções latinas do século 12 e o surgimento da Escolástica que os trabalhos de Aristóteles e seus comentaristas árabes se tornaram amplamente disponíveis. Estudantes como Alberto Magno e Tomás de Aquino interpretaram e sistematizaram os trabalhos de Aristóteles em acordo com a Doutrina da Igreja Católica.

Após ser retratado sob críticas de filósofos naturalistas modernos, a ideia Aristotélica distinta de teologia foi transmitida através de Wolff e Kant para Hegel, que a aplicou a história como um todo. Porém, esse projeto foi criticado por Friderich Adolf Trendelenburg e Franz Brentano como não Aristotélico, e hoje a influência de Hegel é tida como responsável por uma importante influência Aristotélica sobre Marx.

Filósofos aristotélicos éticos e "práticos" recentes, como Gadamer e John Henry McDowell, são com frequência baseados em uma rejeição da metafísica e filosofia teórica tradicionais do Aristotelismo. Deste ponto de vista, a tradição moderna clássica do republicanismo político, que vê a esfera pública ou estado como constituído pela atividade virtuosa de seus cidadãos, pode aparecer através do Aristotelismo.

Alasdair MacIntyre é um filósofo aristotélico que ajudou a reviver as virtudes éticas no seu livro After Virtue. MacIntyre revisiona o Aristotelismo com o argumento que os bens temporais, que são internos a seres humanos, são atualizados através de participação em práticas sociais.

  1. Vários autores (2003). Lexicon - dicionário teológico enciclopédico. [S.l.]: Loyola. p. 50. ISBN 978-85-15-02487-2 

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