Assault (termo legal)

Litografia de 1856 da condenação de Charles Sumner

Assault é o ato ilegal em causar danos físicos ou o contato físico indesejado a outra pessoa ou, em algumas definições legais,é a ameaça ou tentativa de agressão.[1] É tanto um crime, quanto um ato ilícito e, portanto, pode resultar em um processo criminal, em responsabilidade civil ou ambos. Além disso, a assault é compreendida como um ato criminoso, o qual uma pessoa causa intencionalmente medo de dano físico ou contato ofensivo a outra pessoa.[2][3] A agressão pode ser cometida com ou sem arma e pode variar desde violência física até ameaças de violência.[4][5] Assault é frequentemente referida como uma tentativa de agressão, entendido como o uso deliberado de força física contra outra pessoa. Infligir de forma deliberada de medo, apreensão ou terror é outra definição de agressão que pode ser encontrada em vários sistemas jurídicos. Dependendo da gravidade da infração, assault pode resultar em multa, prisão ou até pena de morte.[6][7]

No Brasil, Assault e Battery são referidos ao que se conhece como formas de lesão corporal, e dependendo da gravidade da violência, as vias de fato. O artigo 129 do código penal compreende-se lesão corporal como ofensa a saúde e/ou integridade física de outra pessoa,tendo quatro tipos de classificações: lesão leve, lesão grave, lesão gravíssima e lesão corporal seguida de morte.[8][9] Geralmente, a definição do direito consuetudinário é a mesma no direito penal e de responsabilidade civil nos Estados Unidos.

Tradicionalmente, os sistemas jurídicos de direito consuetudinário americano têm definições separadas para assault e battery. Quando essa distinção é observada, battery se refere ao contato físico real, enquanto assault se refere a uma ameaça ou tentativa crível de causar lesão corporal.[10][11] Algumas jurisdições combinaram os dois crimes em um único crime denominado "assault e battery", que então se tornou amplamente conhecido como "assault" (ou agressão).[12][13] O resultado é que em muitas dessas jurisdições, assault assumiu uma definição que está mais alinhada com a definição tradicional de battery. Os sistemas jurídicos do direito civil e da lei escocesa nunca distinguiram assault de battery.

Os sistemas jurídicos geralmente reconhecem que as agressões podem variar muito em termos de gravidade.[14] Nos Estados Unidos, uma agressão pode ser acusada de contravenção ou crime. Na Inglaterra, no País de Gales e na Austrália, pode ser acusado de agressão comum, agressão que causa lesão corporal real (ABH em inglês) ou lesão corporal grave (GBH em inglês). O Canadá também possui um sistema de três níveis: agressão, agressão que causa danos corporais e agressão agravada. Normalmente existem acusações separadas para agressões sexuais, brigas e agressões a um agente da polícia. A agressão pode coincidir com uma tentativa de crime; por exemplo, uma agressão pode ser acusada de tentativa de homicídio se tiver sido cometida com intenção de matar.

O sistema jurídico brasileiro reconhece diversos tipos de agressão, sendo elas:

  • relacionado ao comportamento agressivo: direta, indireta, impulsiva ou reativa, instrumental ou proativa, combatividade, deslocada, autoagressão, agresão aberta, agressão dissimulada, agressão inibida.[15][16][17][18][19][20][21]
  • relacionado ao tipo de agressão que chamamos de violência: violência física, violência psicológica, violência sexual, violencia patrimonial, violencia moral, violência online ou ciberagressão.[22]
  1. Strom, Samuel (2023). «Assault and Battery Overview». FindLaw 
  2. Dripps, Donald (1992). «Beyond Rape: An Essay on the Difference between the Presence of Force and the Absence of Consent». 92 Colum. L. Rev. 1780 
  3. Garfield, Leslie Yalof (2009). «The Case for a Criminal Law Theory of Intentional Infliction of Emotional Distress». Criminal Law Brief (33) 
  4. Felson, Richard B; Steadman, Henry J. (1983). «Situational Factors in Disputes Leading to Criminal Violence». Criminology 
  5. Meloy, J. Reid; Hoffmann, Jens (2021). International Handbook of Threat Assessment (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press 
  6. Kevin R., Reitz (1993). «Sentencing Facts: Travesties of Real-Offense Sentencing». Stanford Law Review (45) 
  7. Tyler, Tom R.; Weber, Renee. «Support for the Death Penalty; Instrumental Response to Crime, or Symbolic Attitude? on JSTOR». www.jstor.org (em inglês). Consultado em 29 de maio de 2024 
  8. «Tipos de lesão corporal». Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Consultado em 29 de maio de 2024 
  9. «Vias de fato X Lesão corporal leve». Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Consultado em 29 de maio de 2024 
  10. Spohn, Cassia; Beichner, Dawn; Davis-Frenzel, Erika. «Prosecutorial Justifications for Sexual Assault Case Rejection: Guarding the "Gateway to Justice" on JSTOR». www.jstor.org (em inglês). doi:10.1525/sp.2001.48.2.206. Consultado em 29 de maio de 2024 
  11. Romanenko, Y.; Marín, M. A.; Riabko, A.; Kartseva, A. S.; Silkina, M. V.; Zeninskaya, N.; Shemyakin, I.; Dyatlov, I.; Firstova, V. V. (2021). «Toxin neutralizing activity of monoclonal antibodies against Bacillus anthracis lethal toxin». Immunologiya (em inglês). Consultado em 29 de maio de 2024 
  12. Machado, Jónatas Eduardo Mendes; Caseiro, Sofia (26 de novembro de 2020). Annotated Legal Documents on Islam in Europe: Portugal (em inglês). [S.l.]: Brill 
  13. Walby, Sylvia; Allen, Jonathan (2004). Domestic Violence, Sexual Assault and Stalking: Findings from the British Crime Survey (em inglês). [S.l.]: Home Office 
  14. Buzawa, Eva Schlesinger; Buzawa, Carl G. (2003). Domestic Violence: The Criminal Justice Response (em inglês). [S.l.]: Sage Publications 
  15. Cabral, João Carlos Centurion; Tavares, Patrice de Souza; de Almeida, Rosa Maria Martins (1 de dezembro de 2016). «Reciprocal effects between dominance and anger: A systematic review». Neuroscience & Biobehavioral Reviews: 761–771. ISSN 0149-7634. doi:10.1016/j.neubiorev.2016.10.021. Consultado em 29 de maio de 2024 
  16. Archer, John (dezembro de 2004). «Sex Differences in Aggression in Real-World Settings: A Meta-Analytic Review». Review of General Psychology (em inglês) (4): 291–322. ISSN 1089-2680. doi:10.1037/1089-2680.8.4.291. Consultado em 29 de maio de 2024 
  17. Björkqvist, Kaj (1 de fevereiro de 1994). «Sex differences in physical, verbal, and indirect aggression: A review of recent research». Sex Roles (em inglês) (3): 177–188. ISSN 1573-2762. doi:10.1007/BF01420988. Consultado em 29 de maio de 2024 
  18. «Relatório Mundial Sobre Violência e Saúde». portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br. Consultado em 29 de maio de 2024 
  19. Glenn, Andrea L.; Raine, Adrian (1 de julho de 2009). «Psychopathy and instrumental aggression: Evolutionary, neurobiological, and legal perspectives». International Journal of Law and Psychiatry. Aggression, Science, and the Law: New Insights from Neuroscience (4): 253–258. ISSN 0160-2527. doi:10.1016/j.ijlp.2009.04.002. Consultado em 29 de maio de 2024 
  20. Dodge, K. (s.d.). «Social-information-processing factors in reactive and proactive aggression in children's peer groups». Journal of Personality and Social Psychology 
  21. Caneghem, Denise van (1980). Agressividade e combatividade. Rio de Janiero: Zahar 
  22. Advocacia, Galvão & Silva (28 de setembro de 2023). «Tipos de Agressão: Saiba as Consequências Legais». Galvão & Silva. Consultado em 29 de maio de 2024 

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