Aung San Suu Kyi, é uma ativista e política birmanesa, vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1991 e secretária-geral da Liga Nacional pela Democracia (LND). Suu Kyi é a terceira dos filhos de Aung San, considerado o pai da Birmânia moderna (atual Mianmar). Foi conselheira de estado do país de 2016 até 2021, quando foi deposta por um golpe militar.[1]
Durante a eleição geral de 1990, a LND, partido liderado por Suu Kyi, obteve 59% dos votos em todo o país, conquistando 81% (392 de 485) dos assentos no parlamento - o que deveria fazer dela a primeira-ministra da Birmânia.[2][3][4][5][6][7][8] No entanto, pouco antes das eleições, foi detida e colocada em prisão domiciliária, condição em que viveu por quase 15 dos 21 anos que decorreram desde o seu regresso à Birmânia, em 20 de julho de 1989, até sua libertação, depois de forte pressão internacional, em 13 de novembro de 2010.[9][10][11] Ao longo desses anos, Suu Kyi foi uma das mais notórias prisioneiras políticas do mundo.[12][13] Em 2010, após ser libertada, ela boicotou as eleições daquele ano, e exigiu mais abertura política contra o governo dos militares. Em 2015, liderou o seu partido a uma vitória esmagadora nas eleições legislativas. Como não podia concorrer à presidência devido a uma cláusula na constituição (Aung San era casada com um estrangeiro e tinha filhos estrangeiros), o cargo de Conselheiro de Estado foi criado para ela.
Por muito tempo considerada um ícone pela liberdade, no período que foi apontada como Conselheira de Estado, Aung San Suu foi criticada dentro e fora de Mianmar por suas ações dentro do governo do país.[14] Segundo seus detratores, ela não demonstrou qualquer simpatia ou interesse em resolver a questão do genocídio ruainga, em 2016, no estado de Raquine, e recusou-se a aceitar ou reconhecer que o exército de Myanmar perpetrou qualquer massacre.[15][16][17][18] Ao longo da sua gestão no governo, Myanmar intensificou a perseguição aos jornalistas.[19] A 1 de fevereiro de 2021, Aung San foi derrubada da sua posição de Conselheira de Estado após um golpe orquestrado pelas força armadas do país.[1]
- ↑ a b «Líder de Mianmar, Nobel da Paz Suu Kyi é presa e militares tomam poder». CNN Brasil. Consultado em 1 de fevereiro de 2021
- ↑ Aung San Suu Kyi should lead Burma, Pravda Online. 25 de setembro de 2007
- ↑ The Next United Nations Secretary-General: Time for a Woman. Equality Now.org. Novembro de 2005.
- ↑ MPs to Suu Kyi: You are the real PM of Burma. The Times of India. 13 de junho de 2007
- ↑ Resenha do livro Letters from Burma, de Aung San Suu Kyi (em inglês).
- ↑ Sentence for Burma's Aung San Suu Kyi sparks outrage and cautious hope. Deutsche Welle, 11.08.2009. Citação: "A LND conquistou uma convincente maioria nas eleições de 1990, as últimas votações com algum traço de justiça realizadas da Birmânia. Isso deveria fazer de Suu Kyi a primeira-ministra, mas os líderes militares imediatamente anularam o resultado. Agora seu partido deve decidir se vai participar de uma próxima eleição com poucas perspectivas de ser justa." No original: "The NLD won a convincing majority in elections in 1990, the last remotely fair vote in Burma. That would have made Suu Kyi the prime minister, but the military leadership immediately nullified the result. Now her party must decide whether to take part in a poll that shows little prospect of being just."
- ↑ The Hon. PENNY SHARPE. Discurso: "Em 1990, a Daw (Dama) Aung San Suu Kyi apresentou-se com candidata da Liga Nacional pela Democracia a primeira-ministra, nas eleições gerais birmanesas. A LND venceu por ampla maioria. No entanto, em vez de ela assumir seu lugar de direito, como nova primeira-ministra da Birmânia, a junta militar recusou-se a devolver o poder." No original: "In 1990 Daw Aung San Suu Kyi stood as the National League for Democracy's candidate for Prime Minister in the Burmese general election. The National League for Democracy won in a landslide. But instead of her taking her rightful place as Burma's new Prime Minister, the military junta refused to hand over power." Página 52
- ↑ A twist in Aung San Suu Kyi's fate. Patrick Winn — GlobalPost. Citação: "Desde 1990, quando a junta militar do país não aceitou a eleição de Suu Kyi para o cargo de primeira-ministra, ela tem vivido a maior parte do tempo presa. Laureada com o Prémio Nobel da Paz, Suu Kyi continua a ser apoiada por integrantes do movimento pró-democracia no exílio, muitos dos quais também votaram por um Parlamento que nunca houve em Myanmar." No original: "Suu Kyi has mostly lived under house arrest since 1990, when the country's military junta refused her election to the prime minister's seat. The Nobel Peace Laureate remains backed by a pro-democracy movement-in-exile, many of them also voted into a Myanmar parliament that never was." 21 de maio de 2009.
- ↑ «Libertada a ícone da democracia birmanesa Aung San Suu Kyi». IG:Último Segundo. 13 de novembro de 2010. Consultado em 18 de novembro de 2011
- ↑ Nobel da Paz San Suu Kyi é libertada após período em prisão domiciliar
- ↑ Burma releases Aung San Suu Kyi. BBC News, 13 de novembro de 2010.
- ↑ Aye Aye Win, Myanmar's Suu Kyi Released From Hospital, Associated Press (via The Washington Post, 10 de junho de 2006.
- ↑ «Aung San Suu Kyi, uma vida dedicada a Mianmar». Deutsche Welle. Abril de 2014. Consultado em 1 de outubro de 2016
- ↑ «From peace icon to pariah: Aung San Suu Kyi's fall from grace». The Guardian. Consultado em 17 de setembro de 2019
- ↑ Taub, Amanda; Fisher, Max (31 de outubro de 2017). «Did the World Get Aung San Suu Kyi Wrong?». Consultado em 14 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 14 de novembro de 2017 – via NYTimes.com
- ↑ Beech, Hannah (25 de setembro de 2017). «What Happened to Myanmar's Human-Rights Icon?». Consultado em 14 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 14 de novembro de 2017 – via www.newyorker.com
- ↑ «Dispatches – On Demand – All 4». www.channel4.com. Consultado em 14 de maio de 2018. Cópia arquivada em 15 de maio de 2018
- ↑ Arquivado em 2018-11-12 no Wayback Machine
- ↑ Nebehay, Stephanie; Naing, Shoon; Collett-White, Mike. «Myanmar army, government aim to silence independent journalism: U.N.». Reuters. Consultado em 13 de setembro de 2018. Cópia arquivada em 12 de setembro de 2018