Batalha do Nilo

Batalha do Nilo
Guerra da Primeira Coligação
Guerras revolucionárias francesas

O navio de guerra Orient a arder, 1 de Agosto 1798, durante a Batalha do Nilo
Data 1 a 3 de Agosto de 1798
Local Baia de Abukir, Egipto
Desfecho Vitória britânica
Beligerantes
Reino Unido da Grã-Bretanha França França
Comandantes
Horatio Nelson França François-Paul Brueys d'Aigalliers
Forças
14 navios de linha e um sloop 13 navios de linha (um 120-armas, três 80-armas, nove 74-armas) e 4 fragatas
Baixas
218 mortos, 677 feridos 2 000–5 000 mortos ou feridos
3 000–3 900 prisioneiros[nota 1]
dois navios de linha destruídos
nove navios de linha capturados
duas fragatas destruídas

A Batalha do Nilo (também designada por Batalha da Baía de Abukir, em francês como Bataille d'Aboukir ou em árabe egípcio como معركة أبي قير البحرية) foi uma batalha naval de grande dimensão entre as frotas britânicas e francesas na baía de Abukir, na costa mediterrânica do Egipto, no período de 1 a 3 de Agosto de 1798. A batalha marcou o ponto mais alto da campanha naval que abrangeu todo o Mediterrâneo durante os três meses anteriores, na qual um comboio francês saiu de Toulon para Alexandria, transportando uma força expedicionária liderada pelo general Napoleão Bonaparte. Os franceses foram derrotados pelas forças britânicas comandadas pelo contra-almirante Horatio Nelson.

Napoleão tinha pensado em invadir o Egipto, a primeira fase de uma campanha contra a Índia Britânica, cujo objectivo central era expulsar os britânicos das Guerras revolucionárias francesas. À medida que a frota de Napoleão atravessava o Mediterrâneo, ia sendo perseguida por uma força britânica liderada por Nelson, enviada pela frota britânica do rio Tejo, para saber qual o propósito da expedição francesa e derrotá-la. Durante mais de dois meses, Nelson perseguiu os franceses que, em algumas ocasiões lhes escaparam por uma diferença de poucas horas. Napoleão, consciente da presença de Nelson, fez tudo para garantir o total segredo sobre o seu destino, conseguindo capturar Malta e, de seguida, desembarcar no Egipto sem qualquer intervenção da força britânica.

Depois de desembarcadas as forças francesa, a frota ancorou na baía de Aboukir, um local a 32 km de Alexandria, numa posição que, acreditava o seu comandante, vice-almirante François-Paul Brueys d'Aigalliers, estabelecia uma formidável posição defensiva. Quando a frota de Nelson chegou ao largo do Egipto a 1 de Agosto, e descobriu a frota de Brueys, ordenou que se atacasse de imediato, e os seus navios avançaram para a linha francesa. Conforme se iam aproximando, separaram-se em duas divisões, uma das quais passou pela parte inicial da linha navegando entre os navios franceses ancorados e a linha de costa, enquanto a outra atacava o lado virado para o mar da frota francesa. Encurralados num fogo-cruzado, os navios franceses da frente foram forçados a render-se após uma dura batalha de três horas, enquanto os do centro conseguiram repelir o ataque inicial britânico. Com a chegada dos navios de reforço britânicos, a força francesa ao centro ficou, de novo, debaixo de ataque, e, às 22h00, o navio-almirante francês, Orient, explodiu. Com Brueys morto e a zona frontal e central da linha francesa derrotada, a retaguarda da frota francesa tentou fugir da baía mas, no final, apenas dois navios-de-linha e duas fragatas, conseguiram escapar, de um total de 17 navios.

Esta batalha reverteu a situação estratégica no Mediterrâneo, e permitiu que a Marinha Real Britânica assumisse uma posição dominante que manteria até ao final da guerra. Também motivou que outros países europeus entrassem em guerra com a França, um factor importante para o fim da Guerra da Segunda Coligação. O exército de Napoleão ficou preso no Egipto, e o domínio da Marinha Britânica ao largo da costa síria contribuiria para a sua derrota no Cerco de Acre em 1799, que levaria ao regresso de Napoleão a França. Nelson, que tinha ficado ferido na batalha, foi elevado ao estatuto de herói por toda a Europa tendo recebido o título de Barão Nelson. Os seus capitães também receberam grandes elogios acabando por dar origem aos lendários Nelson’s Band of Brothers. A batalha ficou gravada na memória popular, sendo uma das suas mais conhecidas representações o poema de Felicia Hemans, Casabianca, de 1826.

  1. Adkins, p. 38
  2. Clowes, p. 370
  3. Cole, p. 109
  4. Gardiner, p. 39
  5. James, p. 176
  6. Keegan, p. 66
  7. Maffeo, p. 271
  8. Mostert, p. 273
  9. Padfield, p. 132
  10. Smith, p. 140
  11. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome OW121


Erro de citação: Existem etiquetas <ref> para um grupo chamado "nota", mas não foi encontrada nenhuma etiqueta <references group="nota"/> correspondente


Developed by StudentB