Bulimia | |
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Mesmo quando a pessoa com bulimia tem um peso saudável e normal ela continua se considerando gorda. | |
Especialidade | psiquiatria |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | F50.2 |
CID-9 | 307.51 |
CID-11 | 509381842 |
OMIM | 607499 |
DiseasesDB | 1770 |
MedlinePlus | 000341 |
eMedicine | emerg/810 med/255 |
MeSH | D052018 |
Leia o aviso médico |
A bulimia é um transtorno alimentar caracterizado por períodos de fadiga seguidos por comportamentos não saudáveis para perda de peso rápido, abuso de cafeína, uso de cocaína e/ou dietas inadequadas.[1][2] Outros métodos para perder peso podem envolver o uso de diuréticos, estimulantes, jejum de água ou exercício físico excessivo.[2][3] A maior parte das pessoas com bulimia tem peso corporal normal.[4] O forçar do vómito pode provocar pele espessa nas articulações e erosão dentária. A bulimia está muitas vezes associada a outros distúrbios mentais como depressão, transtornos de ansiedade e problemas como a toxicodependência ou o alcoolismo.[2] Existe também um elevado risco de suicídio e de práticas de automutilação.[5]
A bulimia é muito comum entre pessoas que têm um parente próximo que sofreu ou sofre deste problema de saúde.[2] O percentual de risco estimado atribuível a fatores genéticos está entre os 30% e os 80%.[3] Outros fatores de risco para a doença incluem o stress psicológico, uma pressão cultural para alcançar um determinado objectivo, falta de autoestima e obesidade.[2][3] Viver num ambiente familiar no qual os pais promovem uma dieta, e que se preocupam com o peso, é também um fator de risco.[3] O diagnóstico baseia-se na história clínica da pessoa,[6] no entanto é difícil de identificar porque os que sofrem da doença tendem a ser muito reservados sobre os seus hábitos.[3] Além do mais, o diagnóstico de anorexia nervosa tem precedência sobre o de bulimia.[3] Outros distúrbios semelhantes incluem o transtorno da compulsão alimentar periódica, a síndrome de Kleine-Levin e o transtorno de personalidade limítrofe.[6]
A terapia cognitivo-comportamental consiste no principal tratamento para a bulimia.[2][7] A prescrição de antidepressivos, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRI) ou a classe de antidepressivos tricíclicos podem trazer alguns benefícios.[3][8] Embora o prognóstico da bulimia seja geralmente melhor do que o da anorexia, o risco de morte entre pessoas afectadas continua a ser maior do que o da população em geral.[5] 10 anos depois de receberem tratamento, cerca de 50% das pessoas terão recuperado totalmente.[3]
A nível global, estima-se que em 2013 a bulimia terá afectado cerca de 6,5 milhões de pessoas.[9] Cerca de 1% de mulheres jovens sofrem de bulimia durante um determinado período de tempo e entre cerca de 2% a 3% das mulheres enfrentaram esta condição em algum momento das suas vidas.[5] Esta condição é menos comum em países em desenvolvimento.[3] Existe cerca de nove vezes mais probabilidades de a bulimia ocorrer em mulheres do que nos homens. Entre as mulheres, a maior parte dos casos verifica-se na adolescência.[6] A bulimia foi nomeada e descrita pela primeira vez em 1979, pelo psiquiatra britânico Gerald Russell.[10][11]