Carlos Magno ou Carlos, o Grande (em latim: Carolus Magnus, em alemão: Karl der Große, em francês: Charlemagne) (2 de abril de 742 – Aachen, 28 de janeiro de 814)[3] foi Rei dos Francos a partir de 768, Rei dos Lombardos a partir de 774 e Imperador dos Romanos a partir do ano 800. Durante o início da Idade Média, Carlos Magno uniu a maior parte da Europa ocidental e central. Ele foi o primeiro imperador reconhecido a governar da Europa ocidental desde a queda do Império Romano do Ocidente cerca de três séculos antes.[4] O Estado franco expandido que Carlos Magno fundou é conhecido como o Império Carolíngio. Mais tarde, ele foi canonizado pelo antipapa Pascoal III, ato considerado inválido. Atualmente é objeto de debate se o imperador teria sido ou não pelo menos beatificado, o que seria um passo no caminho da santidade segundo a Igreja Católica tradicional.
Carlos Magno era o filho mais velho de Pepino, o Breve e Berta de Laon, nascido antes de seu casamento canônico.[5] Ele se tornou rei dos francos em 768 após a morte de seu pai, inicialmente como co-governante ao lado de seu irmão Carlomano I, até a morte deste último em 771.[6] Como único governante, ele continuou a política de seu pai em relação ao papado e se tornou seu protetor, removendo os lombardos do poder no norte da Itália e liderando uma incursão na Espanha muçulmana. Ele fez campanha contra os saxões a leste, cristianizando-os sob ameaça de pena de morte. Ele atingiu o auge de seu poder em 800, quando foi coroado "imperador dos romanos" pelo Papa Leão III no dia de Natal na Antiga Basílica de São Pedro, em Roma.
Carlos Magno foi chamado de "Pai da Europa" (Pater Europae),[7] pois uniu a maior parte da Europa ocidental pela primeira vez desde o Império Romano e uniu partes da Europa que nunca estiveram sob domínio franco ou romano. Seu governo estimulou o Renascimento carolíngio, um período de atividade cultural e intelectual enérgica dentro da Igreja Ocidental. A Igreja Ortodoxa Oriental via Carlos Magno menos favoravelmente devido ao seu apoio ao filioque e ao fato de o Papa o ter preferido como imperador ao invés de Irene de Atenas, a primeira monarca mulher do Império Bizantino. Essas e outras disputas levaram à eventual divisão posterior de Roma e Constantinopla no Grande Cisma de 1054.[8]
Carlos Magno morreu em 814. Ele foi sepultado na Catedral de Aachen, em sua capital imperial de Aachen. Ele se casou pelo menos quatro vezes e teve três filhos legítimos que viveram até a idade adulta. Apenas o mais jovem deles, Luís, o Piedoso, sobreviveu para sucedê-lo. Ele também teve vários filhos ilegítimos com suas concubinas.