Cavalaria

 Nota: Para a instituição feudal dos cavaleiros, veja Cavalaria medieval. Para o toque de alerta usado na capoeira, veja Cavalaria (capoeira). Para o filme, veja Cavalo de Guerra.
Última carga de Lasalle em Wagram, de Édouard Detaille (1912).

Cavalaria é a arma das forças terrestres que se destina ao combate de fogo em movimento, em ações de choque ou de reconhecimento. Historicamente, a cavalaria é a arma mais móvel dos exércitos e a segunda mais antiga, depois da infantaria.

Hoje em dia, são raros os exércitos que mantém forças de combate a cavalo. No entanto, em muitos deles, por tradição, continua a se chamar Cavalaria às forças e unidades mecanizadas ou blindadas, fazendo uso de veículos motorizados, e de veículos blindados. Essa arma é importante para os Exércitos e Forças Policiais, pois apresenta o poder ofensivo e defensivo, por meio de sua ação de choque, potência de fogo e proteção blindada.[1]

Normalmente, a designação "cavalaria" não se estendia às forças que combatiam montadas em outros animais que não o cavalo, como o camelo ou o elefante. Igualmente, as tropas que se deslocavam a cavalo, mas que desmontavam para combater, eram conhecidas como "dragões", não sendo consideradas parte da cavalaria, senão a partir da segunda metade do século XVIII. No tempo de D. Afonso Henriques a cavalaria ligeira era chamada de "corredores". No Brasil, a cavalaria foi muito importante pela necessidade de conquistar território durante a Guerra do Paraguai, entre 1865 e 1870, sob o comando do Duque de Caxias. Nesse conflito, destacou-se a liderança do General Manuel Luís Osório, que hoje é o patrono da arma no Exército Brasileiro.

Desde os tempos mais remotos que a elevada mobilidade da cavalaria lhe deu uma vantagem como um instrumento multiplicador de forças. Mesmo uma pequena força de cavalaria poderia manobrar de forma a flanquear, evitar, surpreender, retirar e escapar, de acordo com as necessidades do momento. Um homem combatendo montado num cavalo tinha também a vantagem de uma maior altura, velocidade e massa inercial sobre um oponente a pé. Outro elemento da guerra a cavalo era o impacto psicológico que um soldado montado poderia infligir sobre um oponente.

O valor da mobilidade e do choque da cavalaria foi muito apreciado e explorado pelos exércitos da Antiguidade e da Idade Média, muitos dos quais eram constituídos, praticamente, apenas por tropas a cavalo. Isso acontecia especialmente nas sociedades nómadas da Ásia que originaram os exércitos mongóis. Na Europa, a cavalaria transformou-se, essencialmente, numa cavalaria pesada constituída por cavaleiros de armadura. Durante o século XVII a cavalaria europeia perdeu a maior parte das suas armaduras e, no final do século já só algumas unidades usavam armadura e esta, limitando-se à couraça do peito. A cavalaria tradicional sobreviveu até ao início da guerra de trincheiras na Primeira Guerra Mundial. A maioria das unidades de cavalaria foram então desmontadas e empregues como infantaria na Frente Ocidental. No período entre guerras, muitas unidades de cavalaria, foram motorizadas ou mecanizadas. No entanto, algumas tropas a cavalo ainda combateram durante a Segunda Guerra Mundial sobretudo na União Soviética, onde foram usadas tanto pelos Soviéticos como pelos Alemães e seus aliados. Hoje em dia, a maioria das unidades militares a cavalo ainda existentes, são usadas apenas para funções cerimoniais. Existem no entanto, algumas forças de combate a cavalo que atuam como infantaria montada para operar em terrenos de acesso difícil, como florestas densas e montanhas.

  1. BABEL, Isaac. O Exército de cavalaria, 1° Ed. São Paulo: Nova Fronteira, 2006.

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