Conservadorismo liberal

 Nota: Não confundir com Liberalismo conservador, nem com Conservadorismo libertário.

Conservadorismo liberal ou conservadorismo moderado é uma ideologia política que mescla políticas razoavelmente conservadoras em questões sociais com políticas razoavelmente liberalistas em questões econômicas.[1] Também pode ser visto como uma variante do conservadorismo fortemente influenciado pelo liberalismo.

A ideologia incorpora a visão liberal clássica de intervenção estatal reduzida na economia, segundo a qual os indivíduos devem ser livres para participar do mercado e gerar riqueza sem interferência do governo.[2] Porém, os conservadores liberais também defendem que os indivíduos não podem ser completamente independentes para agir livremente em outras esferas da vida; portanto, eles creem que o Estado é necessário para garantir a lei e a ordem e que as instituições sociais são necessárias para nutrir um senso de dever e responsabilidade para com o povo.[2] Ainda que possam ter posições socialmente conservadoras, tendem a ser moderados no que se refere a liberdades civis, sendo até certo ponto favoráveis aos direitos das mulheres, aos direitos LGBT+, à política verde, etc.[3][4][5][6] Isso deve servir para criação de uma sociedade coesa e tolerante, com maiores níveis de responsabilidade individual e igualdade.[7]

O conservadorismo liberal compartilha os princípios liberais clássicos como o compromisso com o individualismo, a crença na liberdade negativa, a defesa da liberdade de mercado e um menor império da lei.[8] Mas, diferente do liberalismo clássico, o conservadorismo liberal tem uma agenda social mais forte e apoia certo grau de intervenção estatal, especialmente em áreas da vida social que os conservadores liberais acreditam que não devem ficar exclusivamente sujeitas às forças do mercado.[8] Em países europeus, como a Alemanha, é comum conservadores liberais aderirem ao ordoliberalismo.[9]

  1. Nordsieck, Wolfram. «Content». Parties and Elections in Europe (em inglês). Consultado em 3 de setembro de 2022 
  2. a b McAnulla, Stuart (2006). British Politics: A Critical Introduction (em inglês). [S.l.]: A&C Black. ISBN 978-0-826-46155-1 
  3. Noack, Rick (21 de novembro de 2016). «How Angela Merkel, a conservative, became the 'leader of the free world'». The Washington Post (em inglês). Consultado em 3 de setembro de 2022 
  4. Waltenberg, Guilherme (1 de dezembro de 2019). «Uruguai: Lacalle Pou quer abrir economia mas manter leis liberais». Metrópoles. Consultado em 3 de setembro de 2022 
  5. Gibbon, Gary (7 de setembro de 2015). «David Cameron tries to return to his liberal Conservatism mission». Channel 4 News (em inglês). Consultado em 3 de setembro de 2022 
  6. «What was David Cameron's Conservatism? (overview)». Britpolitics (em inglês). Consultado em 5 de setembro de 2022 
  7. Redford, Pete. «Cameron and Welfare: Questioning the liberal Conservatism project» (PDF). LSE Research Online (em inglês). Consultado em 3 de setembro de 2022 
  8. a b Vincent, Andrew (2009). Modern Political Ideologies (em inglês). [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN 978-1-4443-1105-1 
  9. «As diferenças e semelhanças entre o ordoliberalismo e o liberalismo social». Instituto Liberal. 13 de janeiro de 2024. Consultado em 7 de fevereiro de 2024 

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