A Contrarreforma (AO 1945: Contra-Reforma), ou Reforma Católica, é o movimento criado pela Igreja Católica a partir de 1545, e que, segundo alguns autores, teria sido uma resposta à Reforma Protestante (de 1517) iniciada por Martinho Lutero.[1]
Em 1545, a Igreja Católica Romana convocou o Concílio de Trento (na cidade de Trento, desde 1918 território italiano) estabelecendo entre outras medidas, a retomada do Tribunal do Santo Ofício, a criação do Index Librorum Prohibitorum, com uma relação de livros proibidos pela Igreja e o incentivo à catequese dos povos do Novo Mundo, com a criação de novas ordens religiosas, dentre elas a Companhia de Jesus.[2]
Outras medidas incluíram a reafirmação da autoridade papal, a manutenção do celibato eclesiástico, a reforma das ordens religiosas, a edição do catecismo tridentino, reformas e instituições de seminários e universidades, a supressão de abusos envolvendo indulgências[3] e a adoção da Vulgata como tradução oficial da Bíblia.
Embora a Contrarreforma seja por vezes também chamada de Reforma Católica, este último termo na verdade refere-se ao conjunto de medidas de renovação espiritual, teológica e litúrgica com as quais a Igreja Católica tentou reformar as suas instituições mesmo antes do Concílio de Trento[4]; já durante o Concílio de Constança, por exemplo, os padres conciliares esperavam uma reforma "no título e nos membros",[5] mas foi só a partir da Reforma Protestante que esta necessidade se tornou urgente[6], materializando-se na aplicação das disposições conciliares tridentinas. A "Contrarreforma", portanto, foi também – mas não apenas – "Reforma Católica", assim como a "Reforma Católica" foi também – mas não apenas – "Contrarreforma".