Criacionismo

 Nota: Para outros significados, veja Criacionismo (desambiguação).
Escultura Corvo e O Primeiro Homem, de Bill Reid, ilustrando parte de um mito criacionista do povo Haida, nativo do território do atual Canadá.

O criacionismo é a crença religiosa[1] de que a humanidade, a vida, a Terra e/ou o universo são a criação de um agente sobrenatural. No entanto, o termo é mais comumente usado para se referir à rejeição, por motivação religiosa, de certos processos biológicos, particularmente a evolução.[2] Desde o desenvolvimento da ciência evolutiva a partir do século XVIII, vários pontos de vista criados tiveram como objetivo conciliar a ciência com a narrativa de criação do Gênesis.[3] Nessa época, aqueles que mantinham a opinião de que as espécies tinham sido criadas separadamente eram geralmente chamados de "defensores da criação", mas eram ocasionalmente chamados "criacionistas" em correspondências privadas entre Charles Darwin e seus amigos.

À medida que a controvérsia da criação versus evolução se desenvolveu, o termo "antievolucionistas" tornou-se mais comum. Em 1929, nos Estados Unidos, o "criacionismo" tornou-se o primeiro termo especificamente associado com a oposição de cristãos fundamentalistas para a evolução humana e a crença em uma Terra Jovem, embora seu uso tenha sido contestado por outros grupos que acreditam em vários outros conceitos de criação.[4]

Desde os anos 1920, o criacionismo, nos Estados Unidos, foi estabelecido em nítido contraste com as teorias científicas, como a da evolução,[5][6] que decorrem a partir de observações naturalistas do Universo e da vida. Criacionistas[7] acreditam que a evolução não pode explicar adequadamente a história, a diversidade e a complexidade da vida na Terra.[8] Criacionistas conservadores das religiões judaica e cristã geralmente baseiam as suas crenças em uma leitura literal do mito da criação do Gênesis.[7][9] No entanto, outras grandes religiões têm mitos criacionistas diferentes,[10][11][12] enquanto que os vários indivíduos religiosos variam em sua aceitação das descobertas científicas. Por exemplo, Papa Francisco, o líder mundial dos católicos romanos, afirmou que o evolucionismo e a teoria do Big Bang são linhas de pensamento corretas e que não entram em conflito com o catolicismo.[13] Além disso, os chamados criacionistas evolucionários possuem diferentes conceitos de criação e aceitam a idade da Terra e a evolução biológica conforme descrito pela comunidade científica.[14]

Quando a corrente principal da pesquisa científica produz conclusões teóricas que contradizem a interpretação criacionista literal de escrituras consideradas sagradas por religiosos, os que defendem o criacionismo, muitas vezes, acabam por rejeitar conclusões obtidas através do método científico,[15] teorias científicas[16] ou a metodologia usada nos estudos.[17] A rejeição do conhecimento científico tem suscitado controvérsias políticas e teológicas.[2] Dois ramos derivados do criacionismo—"ciência da criação" e "design inteligente"—têm sido caracterizados como pseudociências pela grande maioria da comunidade científica.[18] A mais notável preocupação de criacionistas é contestar o processo de evolução dos organismos vivos, a ideia da origem comum, a história geológica da Terra, a formação do sistema solar e a origem do universo.[19][20][21][22]

  1. Evolution Vs. Creationism, Eugenie Scott, Niles Eldredge, p. 114
  2. a b «NCSE : National Center for Science Education - Defending the Teaching of Evolution in Public Schools.». Creationism. 2008. Consultado em 22 de junho de 2009 
  3. Ronald L. Numbers. «The 'Ordinary' View of Creation». Counterbalance Meta-Library. Consultado em 11 de agosto de 2010 
  4. Ronald L. Numbers. «Antievolutionists and Creationists». Creationism History. Consultado em 15 de agosto de 2007  |editora= e |publicado= redundantes (ajuda)
  5. For example, the Scopes Trial of 1925 brought creationism and evolution into the adversarial environment of the American justice system. The trial was well-publicized, and served as a catalyst for the wider creation–evolution controversy; Giberson & Yerxa (2002), pp. 3-4.
  6. Evolution's status as a "theory" has played a prominent role in the creation–evolution controversy. In scientific terminology, "theories are structures of ideas that explain and interpret facts". It is understood, therefore, that "evolution is a fact and a theory". In contrast, when strict creationists refer to evolution as a theory, they often mean to characterize evolution as an "imperfect fact", drawing upon the vernacular conception of "theory" as "part of a hierarchy of confidence running downhill from fact to theory to hypothesis to guess"; Gould SJ (May 1981). Evolution as fact and theory. Visitado em 12 de abril de 2010; Moran L (2002). Evolution is a fact and a theory. Visitado em 12 de abril de 2010. Original work published 1993.
  7. a b Campbell D (2006, 21 February). "Academics fight rise of creationism at universities". The Guardian. Visitado em 7 de abril de 2010.
  8. For the biological understanding of complexity, see Evolution of complexity. For a creationist perspective, see Irreducible complexity.
  9. Ronald L. Numbers. «Creationism History: Topic Index». Counterbalance Meta-Library. Consultado em 22 de junho de 2009 
  10. Dundes, Alan (inverno de 1997). «Binary Opposition in Myth: The Propp/Levi-Strauss Debate in Retrospect». Western Folklore (56): 39–50 
  11. Dundes, Alan (1984). Introduction. Sacred Narrative: Readings in the Theory of Myth. Ed. Alan Dunes. [S.l.]: University of California Press 
  12. Dundes, Alan (1996). "Madness in Method Plus a Plea for Projective Inversion in Myth". Myth and Method. Ed. Laurie Patton and Wendy Doniger. [S.l.]: Charlottesville: University of Virginia Press 
  13. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Francisco
  14. See, e.g., Corey MA (1993). "Making sense of the 'coincidences'". In MA Corey, God and the new cosmology: The anthropic design argument (pp. 157-174). Lanham, MD: Rowman & Littlefield.
  15. Isaak, Mark (2004). «CA230: Interpretation and observation». Index to Creationist Claims. Consultado em 20 de agosto de 2009  |editora= e |publicado= redundantes (ajuda)
  16. Isaak, Mark (2005). «CA215: Practical uses of evolution.». Index to Creationist Claims. Consultado em 20 de agosto de 2009  |editora= e |publicado= redundantes (ajuda)
    Isaak, Mark (2005). «CH100.1: Science in light of Scripture». Index to Creationist Claims. Consultado em 2009–08-20  Verifique data em: |acessodata= (ajuda); |editora= e |publicado= redundantes (ajuda)
  17. Isaak, Mark (2004). «CA301: Science and naturalism». Index to Creationist Claims. Consultado em 20 de agosto de 2009  |editora= e |publicado= redundantes (ajuda)
  18. «Statements from Scientific and Scholarly Organizations». National Center for Science Education. Consultado em 28 de agosto de 2008 
  19. Royal Society statement on evolution, creationism and intelligent design
  20. National Association of Biology Teachers Statement on Teaching Evolution Arquivado em 27 de setembro de 2006, no Wayback Machine.
  21. IAP Statement on the Teaching of Evolution Arquivado em 5 de julho de 2006, no Wayback Machine. Joint statement issued by the national science academies of 67 countries, including the United Kingdom's Royal Society (PDF file)
  22. From the American Association for the Advancement of Science, the world's largest general scientific society: 2006 Statement on the Teaching of Evolution PDF (44.8 KB), AAAS Denounces Anti-Evolution Laws

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