Demagogia

Demagogia é um termo de origem grega que significa "arte ou poder de conduzir o povo". É uma forma de atuação política na qual existe um claro interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que muito provavelmente não serão realizadas, visando apenas à conquista do poder político e ou outras vantagens correlacionadas.[1]

É a estratégia de condução político-ideológica, valendo-se da utilização de argumentos apelativos, emocionais ou irracionais, em vez de argumentos racionais[2] para proveito próprio.

Em geral, a demagogia está relacionada à negativa da deliberação racional fazendo uso de uma das falhas da democracia, qual seja, manipular a maioria pelo uso de aparentes argumentos de senso comum entremeados com disjunções falaciosas, prática esta que remonta já à Grécia antiga, muito embora sem conotação negativa a princípio.[3]

É no entanto, uma palavra que foi também usada contrariamente ao seu termo explícito, usada por radicais e como radicalismo contra os republicanos. "Começaram a prender-se aos milhares, por simples suspeitas, os republicanos. Uma horda impune e anónima fazia pelas ruas perseguições a cavalo marinho e a tiro. Homens, os mais respeitados e categorizados, foram enxovalhados e brutalizados por uma escumalha mercenária, sob as ordens e a protecção de muitas autoridades. A isto se chamou:-combate à demagogia."[4] Uma dessas pessoas, vítimas desta brutalidade viria a ser Jaime Cortesão, republicano, combatente na primeira guerra mundial, que ainda em convalescença e retornado da frente da guerra, seria detido e ido ás grades. Escreveria da penitenciária aos 26 de Outubro de 1918, perguntando incrédulo perante a subversão a que tinha sido sujeito, finalizando com: "É esta a Mãe-Pátria?! Amigo Gratíssimo."[5] É uma palavra que envolve por isso, muita cautela no uso da mesma, facilmente subvertida aos interesses dos que a usam.

  1. Significado de Demagogia, Significados.com.br
  2. Oxford Dictionaires. «Demagogue». Consultado em 22 de janeiro de 2014 
  3. OSTWALD, Martin. (1986). From Popular Sovereignty to the Sovereignty of Law. San Francisco: University of California Press. p. 201. ISBN 0520067983 
  4. Cortesão, Jaime (1919). Memórias da Grande Guerra 1916-1919-3ª Edição. [S.l.]: Renascença Portuguesa. p. 217 
  5. Cortesão, Jaime (1919). Memórias da Grande Guerra 1916-1919-3ª Edição. [S.l.]: Renascença Portuguesa. p. 220 

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