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Distributismo, também conhecido como distribucionismo ou distributivismo, é uma teoria política e econômica inglesa pensada inicialmente pelo historiador francês Hilaire Belloc. Tal teoria tem como principal característica se opor ao capitalismo e ao socialismo, em defesa da propriedade privada e de uma autêntica concepção de liberdade, além de possuir características tradicionalistas.[1]
Desenvolvido no final do século XIX e início do século XX, o distributismo baseava-se nos princípios da doutrina social católica, especialmente nos ensinamentos do Papa Leão XIII em sua encíclica Rerum novarum (1891) e do Papa Pio XI em Quadragesimo anno (1931).
Embora Hilaire Belloc tenha sistematizado a teoria em seu livro O Estado Servil (1913), o principal propagador das ideias distributistas foi o famoso escritor e frasista inglês Gilbert Keith Chesterton. Além deles, vários outros pensadores de reconhecida importância aderiram a dita teoria econômica: Arthur Penty, Cecil Chesterton, W. T. Titterton e Vincent McNabb são apenas alguns deles.
O distributismo é exposto por Daniel Sada Castaño como uma espécie de "terceira via", à medida que se opõe ao capitalismo e também ao socialismo. Sendo assim, para este sistema, o capitalismo e socialismo são duas faces da mesma moeda, na medida em que ambos são sistemas concentradores de propriedade: o primeiro a concentra nas mãos de alguns poucos indivíduos, o segundo nas do Estado.[2]
O lançamento da base do pensamento distributista surge de uma ruptura com o socialismo quando se deu num debate, travado na revista New Age nos anos de 1907 e 1908, do qual, se colocou em lados opostos as duplas de intelectuais Chesterton e Belloc e George Bernard Shaw e H. G. Wells. Nele, foram pela primeira vez expostos pela dupla de intelectuais cristãos algumas das ideias que constituiriam o distributismo.[2]
Em 1913, Hilaire Belloc publica seu livro “O Estado Servil”, que é considerado como o marco inaugural do distributismo por ser a obra na qual, pela primeira vez, esse termo aparece. É ainda necessário dizer que o distributismo foi principalmente um movimento de ideias. Nessa altura, nunca houve um partido ou um sindicato que o tenha levantado como bandeira. Existiu a liga distributista, mas ela era um movimento mais de cunho intelectual que político.[2] Essa surgiu no dia 17 de Setembro de 1926 e tinha como objectivo “restaurar a propriedade”, segundo pronunciou Chesterton no discurso inaugural. Ele foi eleito o primeiro presidente da Liga. Escreveu uma série de artigos no G. K. Weekly. Ele ainda publicará outras obras, mas o principal veículo de aprofundamento e divulgação das ideias distributistas será, nesse semanário, os quais depois foram compilados no livro The Outline of Sanity (1926).
Nos Estados Unidos, durante a década de 1930, o distributismo foi tratado em inúmeros artigos no The American Review, publicado e editado, por Seward Collins.
Há quem refira que há influência das ideias distributivistas na obra O Senhor dos Anéis, escrita entre 1937 e 1949 por J. R. R. Tolkien, mas que o filme não as reproduz muito bem.[3]