Dzogchen

De acordo com o Budismo Tibetano e Bön, Dzogchen (Tib.: Rdzogs chen; Sâns.: Mahāsaṅdhi ou Atiyoga) é o estado primordial ou condição natural, e também um corpo de ensinamentos e práticas meditativas com o objetivo de realizar tal condição. Dzogchen, ou "Grande Perfeição", é um ensinamento central da escola Nyingma também praticado por adeptos de outras escolas do Budismo Tibetano. Segundo a literatura dzogchen, este é o mais alto e definitivo caminho rumo à iluminação.[1]

Da perspectiva de Dzogchen, é dito que a natureza última de todos os seres sencientes é pura, abrangente, primordialmente límpida e naturalmente clara além do tempo. Esta clareza intrínseca não possui forma própria e ainda é capaz de perceber, experienciando, refletindo, ou expressando em toda a sua forma. A analogia que os mestres Dzogchen fazem é que a natureza de um ser é como um espelho que reflete com completa abertura mas não é afetado pelas imagens refletidas, ou como uma bola de cristal que reflete a cor do material em que é colocada sem, no entanto, ser alterada. Esse fundamento absoluto de tudo é chamado de Gzhi (Base ou Solo). A sabedoria que emerge ao reconhecer essa claridade semelhante ao espelho (que não pode ser encontrada pela busca ou identificada[2]) é o que no Dzogchen se refere como rigpa.[3]

Há um consenso bastante amplo em meio aos lamas das tradições Nyingma e Sarma que o fim do estado de Dzogchen e Mahamudra são o mesmo.[4] Os ensinamentos Madhyamaka sobre a vacuidade são fundamentais e completamente compatíveis com as práticas de Dzogchen.[5] A essência do Mahamudra é vista como sendo a mesma que o Dzogchen, exceto que o primeiro não inclui thödgal.[6]

  1. Keown, Damien. (2003). A Dictionary of Buddhism, p. 82. Oxford University Press. ISBN 0-19-860560-9.
  2. Third Dzogchen Rinpoche. Great Perfection. Volume II. Snow Lion Publications 2008, page 152.
  3. Namdak, Tenzin. Bonpo Dzogchen Teachings. Vajra Publications 2006, page 97.
  4. Reginald Ray, Secret of the Vajra World. Shambhala 2001, page 304.
  5. B. Alan Wallace, Genuine Happiness. John Wiley and Sons, 2005, page 203.
  6. Reginald Ray, Secret of the Vajra World. Shambhala 2001, page 303.

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