Epilepsia | |
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Descargas generalizadas de ponta-onda num electroencefalograma | |
Especialidade | Neurologia |
Sintomas | Crises epilépticas de intensidade variável, desde convulsões vigorosas até quase imperceptíveis[1] |
Duração | Crónica[1] |
Causas | Desconhecidas, lesões cerebrais, AVC, tumores cerebrais, infeções no cérebro, doenças congénitas[1][2] />[3] |
Método de diagnóstico | Electroencefalograma, excluir outras possíveis causas[4] |
Condições semelhantes | Desmaio, abstinência alcoólica, distúrbios eletrolíticos[4] |
Tratamento | Medicação, cirurgia, neuroestimulação, alterações na dieta[5][6] |
Prognóstico | Controlável em 70% dos casos[7] |
Frequência | 50 milhões (2024) [1] |
Mortes | 125 000 (2024)[8] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | G40-G41 |
CID-9 | 345 |
DiseasesDB | 4366 |
MedlinePlus | 000694 |
eMedicine | neuro/415 |
MeSH | D004827 |
Leia o aviso médico |
Epilepsia é um grupo de perturbações neurológicas caracterizadas por crises epilépticas recorrentes.[9][10] Uma crise epiléptica é uma manifestação clínica que ocorre devido a uma descarga elétrica anormal, excessiva e sincronizada nos neurônios.[1] A epilepsia é definida pela ocorrência de duas ou mais crises não provocadas. Em um contexto clínico, a ocorrência de apenas uma crise é suficiente para justificar a definição de epilepsia somente quando é possível prever a recorrência. As crises epilépticas podem variar de períodos breves e quase indetectáveis a longos períodos convulsivos em que o corpo se agita vigorosamente. Estes episódios podem resultar em lesões físicas, incluindo fraturas ósseas. Na epilepsia, as crises tendem a repetir-se e podem não ter uma causa subjacente detetável.[1] Crises isoladas provocadas por uma causa específica, como envenenamento, não são consideradas epilepsia.[11]
As crises epilépticas são o resultado de atividade excessiva e anormal das células nervosas no córtex cerebral.[11] A maior parte dos casos de epilepsia é de origem desconhecida.[1] Alguns casos são o resultado de lesões cerebrais, acidentes vasculares cerebrais (AVC), tumores cerebrais, infecções no cérebro ou de doenças congénitas, mediante um processo denominado epileptogénese.[1][3][12][2]Um pequeno número de casos está ainda diretamente associado a algumas mutações genéticas.[4][13] O diagnóstico de epilepsia requer que primeiro sejam excluídas outras condições que possam produzir sintomas semelhantes, como a síncope, e determinar se existem causas imediatas para as crises, como síndrome de abstinência alcoólica ou distúrbios eletrolíticos.[4] A avaliação de outras possíveis causas geralmente é realizada com exames imagiológicos ao cérebro e análises ao sangue.[4] O diagnóstico de epilepsia pode em muitos casos ser confirmado com um electroencefalograma (EEG), embora um resultado normal não exclua a doença.[4]
Em cerca de 70% dos casos é possível prevenir e controlar com medicação a ocorrência de crises epilépticas.[1][7] Em pessoas cujas crises não respondem à medicação, pode-se considerar cirurgia, neuroestimulação ou alterações na dieta.[14][15][5][6] Nem todos os casos de epilepsia duram toda a vida e muitas pessoas melhoram ao ponto de deixarem de necessitar de tratamento,[1]; nesses casos, a epilepsia é considerada resolvida.[10]
Em 2024, a epilepsia afetava em todo o mundo cerca de 50 milhões de pessoas.[1] Cerca de 80% dos casos ocorre em países em desenvolvimento.[1] Estima-se que, anualmente, 125 000 mortes sejam causadas pela epilepsia no mundo todo, sendo que 80% destas ocorrem em países em desenvolvimento.[8] A epilepsia é mais comum em crianças e idosos.[16][17] Nos países desenvolvidos o aparecimento de novos casos é mais frequente em bebés e idosos.[18] Nos países em desenvolvimento, diferenças ao nível da frequência das causas subjacentes fazem com que o aparecimento seja mais comum em crianças mais velhas e jovens adultos.[19] Entre 5 e 10% de todas as pessoas terão uma crise epiléptica sem causa definida até aos 80 anos de idade,[20] com 40–50% de probabilidade de ocorrência de uma segunda crise.[21] Em algumas regiões do mundo, as pessoas com epilepsia estão proibidas de conduzir ou não lhes é permitido conduzir até estarem livres de crises durante um determinado período de tempo.[22] Dependendo da região do mundo, a condição está associada a diversos estigmas sociais e diferentes formas de tratamento.[1] O termo "epilepsia" tem origem no grego antigo ἐπιλαμβάνειν, "tomar, capturar, possuir, ter".[23]
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