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O termo era dourada (ou suas variantes: Idade de ouro, Era de ouro, etc.) vem da mitologia grega, sendo descrita na obra "Os Trabalhos e os Dias" de Hesíodo. Refere-se ao mais antigo período da mitologia grega, que divide a evolução da espécie humana em cinco períodos:
Foi duma época ideal, ou utopia, quando o gênero humano era puro e imortal, um período de paz, harmonia, estabilidade e prosperidade. Segundo Hesíodo, a era dourada acabou com a abertura da Caixa de Pandora.
Na mitologia grega clássica, a Idade de Ouro foi presidida pelo Titã Cronos,[1] mas algumas versões do mito, dizem que essa era foi regida por Astraea.
A tradição literária pastoral europeia frequentemente retratava ninfas e pastores vivendo uma vida de inocência e paz rústicas, ambientados em Arcádia, uma região da Grécia que era a morada e o centro de adoração de sua divindade tutelar, Pã com pés de cabra, que morava entre eles.[2]
Ideias semelhantes podem ser encontradas nas tradições religiosas e filosóficas do Extremo Oriente. Por exemplo, o védico, ou antiga cultura hindu, via a história como cíclica composta de yugas alternando com idades da Escuridão e Dourada. A Kali Yuga (Idade de Ferro), Dvâpara Yuga (Idade de Bronze), Tetrâ Yuga (Idade de Prata) e Krita Yuga (Idade de Ouro) correspondem às quatro idades gregas. Convicções semelhantes podem ser encontradas no antigo Oriente Médio, e por todo o mundo antigo.
De acordo com Giorgio de Santillana, ex-professor de história do Instituto Tecnológico de Massachusetts, e co-autor do livro Hamlet's Mill,[3] há mais de 200 mitos e histórias folclóricas em mais de 30 culturas antigas, que falam de um ciclo de idades vinculado ao movimento dos céus. Alguns utopistas, tanto políticos quanto religiosos, sustentam que a "era dourada" retornará depois que for concluído um período de bem-aventuranças e progressiva decadência. Outros proponentes, incluindo muitos hindus dos dias modernos, acreditam que uma era dourada retornará gradualmente como uma conseqüência natural da mudança dos yugas.
Algumas obras pastoris de ficção retratam a vida em uma imaginária Arcádia como sendo a continuação da vida na "idade dourada"; os pastores de tal terra não se permitiam ser corrompidos pela civilização.[4]