Eritreia

Estado da Eritreia
ሃገረ ኤርትራ (tigrínia)
Hagere Ertra

دولة إرتريا (árabe)
Dawlat Iritriyá

State of Eritrea (inglês)
Bandeira da Eritreia
Bandeira da Eritreia
Brasão das Armas da Eritreia
Brasão das Armas da Eritreia
Bandeira Brasão de Armas
Hino nacional: Ertra, Ertra, Ertra
Eritreia, Eritreia, Eritreia
Gentílico: Eritreu(eia)

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Capital Asmara
Cidade mais populosa Asmara
Língua oficial árabe, tigrínio e inglês
Governo República presidencialista unipartidária unitária sob uma Ditadura totalitária
• Presidente Isaias Afewerki
Independência da Etiópia
• Declarada 24 de maio de 1993
Área
  • Total 121.320 km² km² (98.º)
 Fronteira Sudão, Etiópia e Jibuti
População
 • Estimativa para 2016 4 954 645[1] hab. (116.º)
 • Censo 2008 5 291 370 hab. 
 • Densidade 37 hab./km² (118.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2008
 • Total US$ 3 743 bilhões(155.º)
 • Per capita US$ 747 (173.º)
IDH (2021) 0,492 (176.º) – baixo[2]
Moeda Nakfa (ERN)
Fuso horário TAF (UTC+3)
Cód. ISO ERI
Cód. Internet .er
Cód. telef. +291
Website governamental http://www.shabait.com
¹Línguas de trabalho: tigrínio, árabe, e inglês

Eritreia (em tigrínia: ኤርትራ Ertrā; em árabe: إرتريا Iritriyā; em inglês: Eritrea), oficialmente Estado da Eritreia, é um país localizado no Chifre da África. Sua capital é Asmara. Faz fronteira com o Sudão a oeste, a Etiópia a sul, e Djibuti a sudeste. As partes nordeste e leste da Eritreia têm um extenso litoral ao longo do Mar Vermelho, tendo na outra margem a Arábia Saudita e o Iémen. O arquipélago de Dalaque e várias das ilhas Hanish também fazem parte da Eritreia. O país tem uma área total de 117 600 km². com uma população estimada em cerca de 5 milhões de habitantes. O nome do país é baseado no nome grego para o Mar Vermelho (Eρυθρὰ Θάλασσα Erythra Thalassa), que foi adotado pela primeira vez para a Eritreia italiana em 1890.

Eritreia é um país multi-étnico, com nove grupos étnicos reconhecidos em sua população. A maioria dos residentes falam línguas da família afro-asiática, seja das línguas semíticas etíopes ou dos ramos cuchíticos. Entre essas comunidades, os tigrínios constituem cerca de 55% da população, com o povo tigré constituindo cerca de 30% dos habitantes. Além disso, há várias minorias étnicas nilóticas de fala nilo-saariana. A maioria das pessoas no território adere ao cristianismo ou islamismo.

O Reino de Axum, cobrindo grande parte da Eritreia atual e do norte da Etiópia, foi estabelecido durante o primeiro ou o século II[3][4] Adotou o cristianismo em meados do século IV.[5] Nos tempos medievais, grande parte da Eritreia caiu sob o reino de Medri Bahri.

A criação da Eritreia moderna é um resultado da incorporação de reinos e sultanatos independentes e distintos (por exemplo, Medri Bahri e o Sultanato de Aussa) resultando na formação da Eritreia italiana. Após a derrota do exército colonial italiano, em 1942, a Eritreia foi administrada pela administração militar britânica até 1952. Após a decisão da Assembleia Geral da ONU, em 1952, a Eritreia teve um governo com um parlamento local em uma federação com a Etiópia por um período de 10 anos. Contudo, em 1962, o governo da Etiópia anulou o parlamento da Eritreia e formalmente anexou a Eritreia. Mas os eritreus que defendiam a completa independência da Eritreia desde a expulsão dos italianos em 1942, anteciparam o que estava por vir e em 1960 organizaram a Frente de Libertação da Eritreia, resultando em uma guerra de independência contra a Etiópia. Em 1991, após 30 anos de luta armada, a população do país votou pela independência da Etiópia em um referendo supervisionado pela ONU, vencendo por uma grande maioria, fazendo com que a Eritreia declarasse oficialmente sua independência e ganhasse reconhecimento absoluto internacional em 24 de maio de 1993.[6]

No ano de 1994, no dia 17 de Setembro, Negebe, um cidadão eritreu foi preso por se recusar a Constrição do Serviço Militar Obrigatório. Na época ele tinha apenas 21 anos e ficou 26 anos na prisão, num campo chamado Sawa, junto com mais dois compatriotas, Paulos e Isaac. Era um contêiner de metal sem ventilação nenhuma, sem cama e nem mesmo sanitário. Para fazerem suas necessidades fisiológicas tinham que pedir permissão. Nunca receberam um julgamento justo por causa de sua neutralidade política e recusa de participar em conflitos armados. Esses três jovens cristãos foram presos por mais de 2 décadas por causa de sua fé e sofreram os piores tratamentos humanitários, sendo amarrados e Negebe até chegou a ser “enterrado vivo”. As refeições foram precárias e o trabalho era forçado. Eles e mais 28 Eritreus foram libertos da prisão em 4 de Dezembro de 2020 com mais 25 pessoas que passaram entre 05 e 19 anos presos. Desde 1994, pelo menos 243 Testemunhas de Jeová foram presas na Eritreia, sem Direito a liberdade religiosa ou a um julgamento justo. Sete dessas faleceram na prisão ou em decorrência dela. Muitos eram idosos. Pelo menos 32 Testemunhas de Jeová continuam presas por causa de sua fé.[7]

A Eritreia é um Estado de partido único no qual eleições legislativas nacionais nunca foram realizadas desde a independência[8] — embora sua Constituição, adotada em 1997, estabeleça que o Estado é uma república presidencialista com uma democracia parlamentar, isto ainda está para ser implementado. De acordo com o governo, isto ocorre devido ao conflito fronteiriço com a Etiópia, que teve início em maio de 1998 e permanece até os dias de hoje. Desde sua independência, em 1993, o país nunca teve eleições.[8] De acordo com a Human Rights Watch, o registro de direitos humanos do governo da Eritreia é considerado um dos piores do mundo.[9] O governo da Eritreia rejeitou essas alegações como motivadas politicamente.[10] Junto com os Estados Unidos, a Eritreia é um dos dois únicos países do mundo que cobra impostos de seus cidadãos independentemente de onde residam no mundo.[11] O serviço militar obrigatório requer longos e indefinidos períodos de conscrição, que alguns eritreus deixam o país para evitar.[12] Uma vez que todas as mídias locais são de propriedade estatal, a Eritreia também foi classificada como tendo a segunda menor liberdade de imprensa no Índice de Liberdade de Imprensa, atrás da Coreia do Norte.

A Eritreia é membro da União Africana, das Nações Unidas e da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, e é observadora na Liga Árabe ao lado do Brasil, Venezuela, Índia e Turquia.[13]

  1. Population.un.org (2009). «World Population Prospects: The 2017 Revision» (.PDF). United Nations. 2008 revision. Consultado em 15 de março de 2019 
  2. «Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022» 🔗 (PDF). Programa de Desenvolvimento das Nações Unida. Consultado em 8 de setembro de 2022 
  3. Munro-Hay, Stuart (1991) Aksum: An African Civilization of Late Antiquity. Edinburgh: University Press, p. 57 ISBN 0-7486-0106-6.
  4. Henze, Paul B. (2005) Layers of Time: A History of Ethiopia, ISBN 1-85065-522-7.
  5. «Ethiopia Ethiopia and the Early Islamic Period - Flags, Maps, Economy, Geography, Climate, Natural Resources, Current Issues, International Agreements, Population, Social Statistics, Political System». workmall.com. Consultado em 23 de abril de 2021 
  6. «Eritrea – The spreading revolution». Encyclopædia Britannica Article. Consultado em 16 de outubro de 2007 
  7. «Boletim n.6». Consultado em 27 de agosto de 2023 
  8. a b «Eritrea | Grassroots International». web.archive.org. 24 de julho de 2008. Consultado em 23 de abril de 2021 
  9. «Essential Background: Overview of human rights issues in Eritrea (Human Rights Watch, 31-12-2005)». web.archive.org. 11 de fevereiro de 2006. Consultado em 23 de abril de 2021 
  10. tesfanews.net - pdf
  11. «Zerohedge». www.zerohedge.com. Consultado em 23 de abril de 2021 
  12. «Miserable and useless». The Economist. 10 de março de 2014. ISSN 0013-0613. Consultado em 23 de abril de 2021 
  13. Research, CNN Editorial. «Arab League Fast Facts». CNN. Consultado em 23 de abril de 2021 

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