A escola Keynesiana ou Keynesianismo é a teoria econômica consolidada pelo economista inglês John Maynard Keynes em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of employment, interest and money)[1] e que consiste numa organização político-econômica, oposta às concepções liberais, fundamentada na afirmação do Estado como agente indispensável de controle da economia, com o objetivo de conduzir a um sistema de pleno emprego. Tais teorias tiveram uma enorme influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado.
A escola keynesiana se fundamenta no princípio de que o ciclo econômico não é autorregulado como defendem os neoclássicos, uma vez que é determinado por um suposto "espírito animal" (animal spirit no original em inglês) dos empresários. É por esse motivo que Keynes defende a intervenção do Estado na economia.
Os economistas keynesianos geralmente argumentam que a demanda agregada é volátil e instável e que, consequentemente, uma economia de mercado muitas vezes experimenta resultados macroeconômicos ineficientes – uma recessão, quando a demanda é baixa, ou inflação, quando a demanda é alta. Além disso, eles argumentam que essas flutuações econômicas podem ser mitigadas por respostas de política econômica coordenadas entre governo e banco central. Em particular, ações de política fiscal (tomadas pelo governo) e ações de política monetária (tomadas pelo banco central) podem ajudar a estabilizar a produção econômica, a inflação e o desemprego ao longo do ciclo de negócios.[2] Os economistas keynesianos geralmente defendem uma economia de mercado regulada – predominantemente setor privado, mas com um papel ativo para a intervenção do governo durante recessões e depressões.[3]
A economia keynesiana, como parte da síntese neoclássica, serviu como modelo macroeconômico padrão nas nações desenvolvidas durante a parte posterior da Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial e a expansão econômica do pós-guerra (1945-1973). Foi desenvolvido em parte para tentar explicar a Grande Depressão e ajudar os economistas a entender crises futuras. Perdeu alguma influência após o choque do petróleo e a estagflação resultante da década de 1970.[4] A economia keynesiana foi posteriormente redesenhada, sendo atualmente dividida entre pós-keynesianos e neokeynesianos, tendo os últimos tornando-se parte da nova síntese neoclássica contemporânea.[5] O advento da crise financeira de 2007–2008 despertou um interesse renovado nas políticas keynesianas por parte de governos de todo o mundo.[6]