Especismo

Especismo é o ponto de vista de que uma espécie, no caso a humana, tem todo o direito de explorar, escravizar e matar as demais espécies de animais por considerá-las inferiores.[1] O termo foi criado e é usado principalmente por defensores dos direitos animais para se referir à discriminação que envolve atribuir a animais sencientes diferentes valores e direitos baseados na sua espécie, nomeadamente quanto ao direito de propriedade ou posse.[carece de fontes?]

De modo similar ao sexismo e ao racismo, a discriminação especista pressupõe que os interesses de um indivíduo são de menor importância pelo mero fato de se pertencer a uma determinada espécie animal. De acordo com a igual consideração de interesses,[2] sua semelhança implica deverem ser respeitados independentemente da espécie (animal) considerada.

O especista acredita que a vida de um membro da espécie humana, pelo simples fato do indivíduo pertencer à espécie humana, tem mais peso e mais importância do que a vida de qualquer outro animal. Os fatores biológicos que determinam a linha divisória de nossa espécie teriam um valor moral – nossa vida valeria “mais” que a de qualquer outra espécie de animal.

O especista sustenta a sua opção com seis grandes linhas de justificação.[carece de fontes?] A primeira centra-se no facto de a espécie humana ser omnívora desde que existe como tal, manifestando essa diversidade de fontes alimentares no sucesso da sua presença desde os polos ao Equador, desde os litorais às altas montanhas. A segunda linha diz respeito ao controlo de pragas nas cidades, onde vive mais de metade da população humana; formigas, baratas, ratos, pulgas e outras espécies ditas sencientes têm impactos severos na saúde pública se não forem controladas. A terceira linha refere-se ao facto de a superioridade da espécie humana ter permitido o desenvolvimento de conceitos civilizacionais, tais como o Direito, que ora se pretendem estender a outras espécies (que os desconhecem); o que por si só ratifica essa superioridade. A quarta linha assenta na contradição de os alegados defensores dos animais não reconhecerem direitos a espécies não animais – uma discriminação objetiva – valorizando a vida de uma formiga acima da de uma sequoia gigante. A quinta linha refere-se à alimentação dos animais de companhia de muitos alegados defensores dos animais, na sua grande maioria feita com carne de outros animais. A sexta linha de justificação é o paradoxo absoluto de os alegados defensores dos animais estarem preocupados pelos alegados abusos alimentares dos humanos em relação aos animais; quando toda a ecologia da Terra está assente em cadeias alimentares; o exemplo da baleia que mata milhares de indivíduos[3] do krill em cada refeição que faz é gritante.

  1. https://www.oxfordlearnersdictionaries.com/definition/english/speciesism
  2. SINGER, Peter. Libertação Animal, Editora Lugano, 2004, ISBN 8589958019
  3. «Biggest animal on earth: Blue Whale». www.extremescience.com. Consultado em 9 de setembro de 2016 

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