Faits divers (pronuncia-se fé-divér; em francês, literalmente, "factos diversos") é uma expressão de jargão jornalístico e, por extensão, um conceito de teoria do jornalismo que designa os assuntos não categorizáveis nas editorias tradicionais dos veículos (política, economia, internacional, desportos). Tais excertos tornam-se noticiosos por apresentarem casos inexplicáveis e excepcionais.
São factos desconectados de historicidade jornalística, ou seja, referem-se apenas ao seu carácter interno e seu interesse como facto inusitado, pitoresco. Geralmente são acontecimentos trágicos, tais como crimes e acidentes, delitos descritos em poucas linhas. Mas a lista de possibilidades pode ser muito maior. "Drama passional, roubo de uma ponte de 40 metros, aparição da Virgem Maria, confissão perturbadora de um transexual, descoberta dos restos de quatro ocupantes de um disco voador nos Estados Unidos; todos os dias nossos jornais reservam um lugar, mais ou menos importante, para este tipo de informação tão diferente quanto curiosa."[1]
O fait divers sempre despertou um grande interesse no público geral, estando sempre presente nos diversos veículos de informação. Uma das explicações para tamanha popularidade está no fato da nossa sociedade estar enraizada em uma cultura romanesca, que busca dar sentido à realidade articulando fatos do quotidiano a partir de relações espelhadas na estrutura de um romance literário. Os faits divers contribuem com essa forma de estruturar o mundo, pois apresentam fatos pitorescos, apelando para o imaginário da sociedade, que busca um sentido maior nestes, como se dá nos romances, em que as conexões carregam um sentido mais amplo, gradualmente revelado na narrativa.