Fator de risco

Fator de risco, em se tratando de saúde, é qualquer situação que aumente a probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde, a exemplo dos múltiplos fatores causais das doenças cardiovasculares. (ver). O termo risco popularmente, além do sentido de possibilidade ou chance (oportunidade), tem o sentido de perigo.

Risco, em epidemiologia é a probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, de um dano ou de um fenômeno indesejado. Desta forma estima-se o risco ou probabilidade de que uma doença exista através dos coeficientes de incidência e prevalência. Para OMS (CLAP- OPS/OMS, 1988) o fator de risco de um dano são todas as características ou circunstâncias que acompanham um aumento de probabilidade de ocorrência do fato indesejado sem que o dito fator tenha intervindo necessariamente em sua causalidade.[1]

Uma das definições mais comuns da epidemiologia é que esta é o estudo da distribuição das doenças e dos determinantes de sua prevalência nas populações humanas (MacMahon; Pugh, 1960).[2] Observe-se porém que com o advento da utilização de marcadores moleculares, a exemplo da titulação de anticorpos, níveis de frações do colesterol no sangue; identificação/ quantificação de antígenos prostáticos e ou outros marcadores tumorais, o escopo da epidemiologia tem se ampliado ou deslocado entre a fase clínica da doença, para seus fatores de risco ou antecedentes mórbidos da fase pré-clínica, no plano da história natural das doenças ou fatores determinantes numa perspectiva da epidemiologia social.

Observe-se também que, embora possa parecer evidente, risco não significa certeza. A presença de um fator de risco não é obrigação da ocorrência do evento. A afirmação "hipertensão arterial causa derrame" pode não ser apropriada. Há hipertensos que não terão nunca um derrame, morrendo um dia por outra causa. A frase "em um grupo de pessoas, mais casos de derrame ocorrerão naqueles que tem hipertensão" descreve melhor a situação. Não deixa de demonstrar a associação das duas situações, mas lembra que não existe vínculo absoluto em todos os casos. A importância deste fato é que, excetuando-se probabilidade de riscos de 0% (sem risco), as medidas de diminuição de risco não impedem a ocorrência de um evento qualquer.

  1. Rouquayrol, M. Zélia. Epidemiologia & Saúde. RJ, Medsi Editora Médica e Científica Ltda., 1994.
  2. MacMahon, Brian; Pugh, Thomas F. Principios y métodos de epidemiologia. México, La Prensa Médica Mexicana, 1970

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