Fisiocracia (do grego "Governo da Natureza") é uma teoria econômica desenvolvida por um grupo de economistas franceses do século XVIII, que acreditavam que a riqueza das nações era derivada unicamente do valor de "terras agrícolas" ou do "desenvolvimento da terra" e que produtos agrícolas deveriam ter preços elevados (já que para eles a agricultura tinha um valor muito grande).[1] A escola é ainda hoje conhecido pelo Quadro econômico.
Suas teorias surgiram na França e foram mais populares durante a segunda metade do século XVIII. A fisiocracia talvez seja a primeira teoria bem desenvolvida da economia.
A fisiocracia foi formada por filósofos, negociantes, médicos, editores e intelectuais franceses que, sobretudo durante a década de 1760, buscavam realizar um sistema de filosofia[2] fundado na noção de ordem natural[3] e no jusnaturalismo (a existência de leis naturais)[4]. No sistema filosófico moderno elaborado pelos fisiocratas, a compreensão dos fenômenos econômicos e sua explicação passa a assumir um papel preponderante. O movimento foi liderado por François Quesnay (1694-1774), mas contava com figuras importantes como Victor Riquetti de Mirabeau, Anne Robert Jacques Turgot, Nicolas Baudeau, Pierre Samuel Du Pont de Nemours e Le Mercier de la Rivière. Esse movimento imediatamente precedeu a primeira escola moderna, a economia clássica, que se iniciou com a publicação do livro de Adam Smith, A Riqueza das Nações, em 1776.
A contribuição mais significativa dos fisiocratas era a sua ênfase no trabalho produtivo como fonte de riqueza nacional. Esse pensamento é contrastante em relação ao das escolas anteriores, em particular o mercantilismo, que muitas vezes focava na riqueza do governante, no acúmulo de ouro, ou no saldo da balança comercial. Enquanto a escola Mercantilista de economia dizia que o valor dos produtos da sociedade era criado seu ponto de venda,[5] com o vendedor vendendo seus produtos por mais dinheiro do que estes tinham "originalmente" valido, a escola Fisiocrática de economia foi a primeira a ver o trabalho como a única fonte de valor. No entanto, para os fisiocratas, apenas o trabalho agrícola criava este valor nos produtos da sociedade.[6] Todo o trabalho "industrial" e não agrícola eram "apêndices improdutivos" para o trabalho agrícola.[7]
Na época em que fisiocratas estavam formulando suas idéias, a economia era quase totalmente agrária. Esse talvez seja o motivo pelo qual a teoria tenha considerado apenas o trabalho agrícola como sendo valioso. Fisiocratas viam a produção de bens e serviços como consumo do excedente agrícola, uma vez que a principal fonte de energia era o músculo humano ou animal e toda a energia era derivada a partir do excedente de produção agrícola. O lucro na produção capitalista era apenas o "aluguel" obtido pelo proprietário do terreno em que a produção agrícola estava ocorrendo.[8]
A percepção do reconhecimento dos Fisiocratas da importância fundamental do terreno foi reforçada no meio século seguinte, quando os combustíveis fósseis foram aproveitados por meio do uso da máquina a vapor. A produtividade aumentou consideravelmente. Ferrovias, e sistemas de abastecimento de água e saneamento a vapor, possíveis cidades de vários milhões de pessoas com valores da terra muitas vezes maior do que as terras agrícolas. Assim, enquanto os economistas modernos também reconhecem manufatura e serviços como produtivos e geradores de riqueza, os princípios estabelecidas pelos fisiocratas permanecem válidos. A Fisiocracia também tem uma relevância contemporânea importante em que toda a vida permanece dependente da produtividade do solo bruto e a capacidade do meio ambiente natural se renovar.
O historiador David B. Danbom explica: "Os fisiocratas condenavam as cidades pela sua artificialidade e elogiavam estilos mais naturais de vida. Eles celebravam os agricultores".[9] Eles se chamavam "économistes", mas são geralmente referidos como fisiocratas para distingui-los das muitas escolas do pensamento econômico que os seguia.