A Frente da Europa Oriental ou Frente Oriental[nota 1] (Frente Leste) foi a principal frente europeia durante a Segunda Guerra Mundial, e teatro de guerra entre Alemanha Nazista e outras Potências do Eixo contra a União Soviética (URSS), Polônia e outros Aliados, que incluíam a Europa Central e Oriental a partir de 22 de junho de 1941 a 9 de maio de 1945. A propaganda nazi apelidou o conflito de "batalha pela sobrevivência contra o bolchevismo" ou "cruzada contra o bolchevismo". Em todas as propagandas soviéticas e na maioria das fontes russas, o conflito militar no Leste da Europa é referido como Grande Guerra Patriótica, mas às vezes essa expressão também inclui operações contra o Japão Imperial em 1945 (em russo: Великая Отечественная война, transliterado Velikaya Otechestvennaya Voyna).
A frente cobriu a Europa Central e Oriental, foi aberta pela Alemanha nazista ao invadir a Polónia em 1939 e encerrada pela União Soviética ao capturar Berlim em 1945. Manteve-se temporariamente inativa em 1940.
Foi o maior teatro de guerra na história, e foi famoso por sua ferocidade sem precedentes, destruição e enorme perda de vidas. Suportou a maior parte do Holocausto, dos campos de extermínio, marchas de morte, guetos e a maioria dos pogroms. Mais pessoas lutaram e morreram na Frente Oriental do que em todos os outros teatros da Segunda Guerra Mundial combinados. Cerca de 88% de todos os mortos em combate alemães na Segunda Guerra, pereceram nesta frente.[1] Das várias dezenas de milhões de mortos estimados na Segunda Guerra Mundial, a maioria civis, a Frente Oriental representou mais de um terço deste total, tendo os nazistas ali praticado uma guerra de extermínio. Desta frente resultou a destruição do Terceiro Reich, a posterior divisão da Alemanha, e ascensão da União Soviética como superpotência militar e industrial.
Devido à ideologia nazista que se opunha aos movimentos eslavos, judeus e comunistas, a ideologia soviética era oposta ao fascismo. A guerra na frente oriental foi caracterizada pela ocorrência de genocídios em quase todos os países ocupados, bem como constante violação dos acordos alcançados em todas as Convenções de Genebra (que não foram reconhecidos pela União Soviética). Nesta frente perderam a vida 27 milhões de soviéticos, 2 milhões de alemães e cerca de 6 milhões de polacos (mais de metade eram judeus poloneses), mais de 60% das vítimas de guerra em todo o mundo. Estima-se que na frente oriental morreram 80% dos soldados alemães que morreram na guerra, no caso da Bielorrússia, Ucrânia e na Polónia, mais de 20% da população foi assassinada.[2][3]
A série de eventos que precedem a abertura da Frente Oriental incluíam a invasão da Polónia em 1939 pela Alemanha nazista e da consequente quarta partição da Polônia, quando a União Soviética utilizou a invasão como um pretexto para anexar o regiões orientais do país, habitado por uma maioria de ucranianos e bielorrussos étnica e por minorias polonesas, tal como descrito no codicilo secreto de agosto de 1939 no Pacto Soviético-Alemão de não agressão, que também preparou o caminho para as ocupações soviéticas de 1940: ocupação soviética dos Estados Bálticos e ocupação soviética da Bessarábia.
Após os cercos de Minsk, em julho, Kiev, em setembro e Viazma em outubro, os alemães fizeram 3 milhões de prisioneiros soviéticos, que foram os primeiros a serem mortos em câmaras de gás nos campos de extermínio.
Confrontado com uma guerra total, Stalin não hesitou em praticar a táctica de terra queimada já testada em 1812,[4] e organizar uma guerrilha, e deslocar todas as indústrias para a retaguarda e sacrificar todos os homens se necessário.
Após o bloqueio da ofensiva alemã, em dezembro de 1941, a União Soviética pôde reconstruir as suas forças militares, a fim de mobilizar o país inteiro em nome da defesa da pátria e em 1942 a produção de armamento soviético foi superior ao alemão.
Embora o Exército Vermelho conseguisse conter a ofensiva alemã no verão de 1942 e expulsar os alemães da Ucrânia durante 1943 e início dos 1944, estes últimos não puderam ser derrotados até que se abrisse a segunda frente na França.
A guerra na Europa Oriental durante a Segunda Guerra Mundial pode ser dividida em várias etapas:
Os países que enviaram um número significativo dos seus exércitos nesta frente foram os seguintes: Alemanha, Finlândia, Hungria, Itália, Polónia, Roménia e União Soviética, nessa últimas incluem as tropas da Bielorrússia, Estónia, Letónia, Lituânia, Mongólia e Ucrânia.
Tropas e voluntários da Croácia, Bélgica, Eslováquia, Espanha, Grécia e outros países aliados das forças do Eixo também foram envolvidas, embora as suas contribuições não foram decisivas. O envolvimento dos partidários da Iugoslávia foi muito importante, mas só adquiriu a natureza de um exército perto do fim da guerra. Tanto o Reino Unido como os Estados Unidos enviaram quantidades industriais de armas, aviões e veículos para a União Soviética.
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