Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling | |
---|---|
F. W. J. Schelling por Joseph Karl Stieler, 1835 | |
Nascimento | 27 de janeiro de 1775 Leonberg, Alemanha |
Morte | 20 de agosto de 1854 (79 anos) Bad Ragaz, Suiça |
Alma mater | Universidade de Tubinga Universidade de Leipzig |
Magnum opus | As Idades do Mundo |
Escola/tradição | Filosofia ocidental Idealismo alemão Idealismo transcendental Filosofia da natureza |
Principais interesses | ciências naturais, epistemologia, estética, filosofia cristã |
Ideias notáveis |
|
Assinatura | |
Friedrich Wilhelm Joseph Schelling (Leonberg, 27 de janeiro de 1775 — Bad Ragaz, 20 de agosto de 1854) foi um filósofo alemão e um dos principais representantes do idealismo alemão e do romantismo alemão. A carreira de Schelling foi marcada pela constante busca de um sistema que permitiria conciliar a natureza e o espírito humano com o Absoluto, explorando as fronteiras entre arte, filosofia e ciência. Para isso ele repensou seus métodos filosóficos diversas vezes.
Schelling abordou durante sua vida intelectual uma ampla variedade de temas, tais como as doutrinas da revelação e da mitologia, a crítica ao dualismo, a defesa de uma concepção dinâmica de natureza, além dos campos da estética e do diálogo anamnético. Essa busca o levou a construir, após investigações sobre filosofia transcendental e filosofia da natureza, um sistema que, entre 1801 e 1806, ficou conhecido como "filosofia da identidade", o qual foi criticado pelo seu ex-colega Hegel no prefácio de A Fenomenologia do Espírito (1807). O jovem Schelling buscou ir além do conceito kantiano de filosofia transcendental e desenvolveu seu próprio sistema, um mais inspirado em Kant e Fichte, outro aproximando-se de Spinoza e da filosofia da natureza. Em seu pensamento tardio, desenvolve ainda outras formas de se filosofar, como o sistema das Eras do Mundo a Filosofia Positiva.
Em um segundo momento, Schelling abandonou o projeto de identidade para se dedicar às obras Investigações Filosóficas sobre a Essência da Liberdade Humana (1809) e As Eras do mundo (1811-1815) onde investigou o rompimento inicial com o Absoluto. Esse projeto - também inacabado - influenciou profundamente a ontologia de Heidegger e, mais recentemente, o materialismo de Slavoj Žižek.[3]
Durante sua última abordagem filosófica, a Spätphilosophie (filosofia tardia), Schelling desenvolveu A Filosofia da mitologia presente, por exemplo, na Introdução histórico crítica à filosofia da mitologia (1842) e a Filosofia da revelação (1841-42) onde analisou a relação comum entre os conceitos religiosos, tais como o politeísmo e cristianismo.Essas reflexões não se mostram inéditas em seu pensamento, pois remetem aos estudos iniciais do filósofo em Tübingen[4] e também surgem nos cursos de Filosofia da Arte (1802-1805).[5][6] O diferencial é o novo quadro teórico com o qual aborda esses temas. Em suas últimas aulas, ele expôs um conceito de concretude da vida em oposição às abstrações dialéticas de seu ex-colega Hegel. Vários pensadores frequentaram essas aulas, tais como o filósofo Schopenhauer, o existencialista Kierkegaard, e o teórico anarquista Mikhail Bakunin, que se inspirou nas tendências materialistas de Schelling.