Guerra Civil Angolana

Guerra Civil Angolana
entre movimentos nacionalistas, parte da Guerra Fria e da guerra de fronteira sul-africana

Localização de Cuba (vermelho), Angola (verde) e África do Sul (azul).
Data 11 de Novembro de 1975 – 4 de Abril de 2002
Local Angola
Desfecho Vitória do MPLA
  • Retirada de todas as forças estrangeiras em 1989
  • Transição para um sistema político multipartidário em 1991/92
  • A dissolução das forças armadas da FNLA
  • Participação da UNITA e FNLA como partidos políticos no novo sistema político, a partir de 1991/92, mas a guerra civil continuou
  • Jonas Savimbi morto em 2002
  • Acordo de paz imediata e dissolução das forças armadas da UNITA em 2002
  • Resistência do FLEC continuou para além de 2002
Beligerantes
Angola MPLA
 Cuba (até 1991)
 União Soviética[1] (até 1989)
SWAPO (até 1988)

Apoiado por:
República do Congo Congo-Brazavile
 Moçambique
Tanzânia
 Alemanha Oriental
Portugal Portugal [carece de fontes?]
 Brasil[2]
 México[3]
UNITA
FNLA
África do Sul (até 1989)
Zaire (1974-75)[4]

Apoiado por:
 Estados Unidos[5]
 China[5]
 Zâmbia


FLEC


Mercenários estrangeiros (em ambos os lados)
Comandantes
Angola Agostinho Neto
Angola José Eduardo dos Santos
Angola Lúcio Lara
Cuba Fidel Castro
Cuba Arnaldo Ochoa
Cuba Leopoldo Cintra
Jonas Savimbi
Holden Roberto
África do Sul Balthazar Johannes Vorster
África do Sul Marais Viljoen
África do Sul Pieter Willem Botha
Forças
Angola Tropas do MPLA:
  • 40 000 (1976)[6] – 70 000 (1987)[7]
  • 130 000 (2001)[8]

Cuba Tropas cubanas:

  • 35 000 – 37 000 (1982)[7]
  • 60 000 (1988)[7]

União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Tropas soviéticas:

  • 11 000 (1975 até 1991)[9]
Militantes da UNITA:

Militantes da FNLA:

  • 22 000 (1975)[11]
  • 4 000 – 7 000 (1976)[12]

África do Sul Tropas sul-africanas:

  • 20 000 (1976)
Baixas
Angola Sem dados

Cuba 2 077–10 000 mortos,[13][14]
15.000 mortos, feridos ou desaparecidos[15]
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 54 mortos[16]

1 morto[17]
Sem dados
Sem dados
África do Sul 2 300 mortos
800 000 mortos e 4 milhões de civis deslocados de suas casas[18]

A Guerra Civil Angolana foi um conflito armado interno, que começou em 1975 e continuou, com interlúdios, até 2002. A guerra começou imediatamente depois que Angola se tornou independente de Portugal em novembro de 1975. O conflito foi uma luta de poder entre dois ex-movimentos de guerrilha anticolonial, o comunista Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a anticomunista União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). A guerra foi usada como campo de batalha de uma guerra por procuração da Guerra Fria por Estados rivais como União Soviética, Cuba, África do Sul e Estados Unidos.[19]

O MPLA e a UNITA tinham raízes diferentes na sociedade angolana e lideranças mutuamente incompatíveis, apesar do objetivo comum de acabar com o domínio colonial. Um terceiro movimento, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), que lutou contra o MPLA com a UNITA durante a guerra pela independência, não teve quase nenhum papel na guerra civil. Além disso, a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), uma associação de grupos militantes separatistas, lutou pela independência da província angolana de Cabinda.[20]

A guerra de 27 anos pode ser dividida aproximadamente em quatro períodos de grandes combates — 1975 a 1976,[21] 1979 a 1991, 1992 a 1999 e 1999 a 2002 — com períodos de paz frágeis. Quando o MPLA alcançou a vitória em 2002, mais de 500 mil pessoas morreram e mais de um milhão foram deslocadas internamente.[22] A guerra devastou a infraestrutura de Angola e danificou gravemente a administração pública, a economia e as instituições religiosas do país.

A Guerra Civil Angolana foi notável devido à combinação da dinâmica interna violenta e ao grau excepcional de envolvimento militar e político estrangeiro. A guerra é amplamente considerada um conflito por procuração da Guerra Fria, já que a União Soviética e os Estados Unidos, com seus respectivos aliados, prestaram assistência às facções opostas. O conflito tornou-se estreitamente entrelaçado com a Segunda Guerra do Congo, na vizinha República Democrática do Congo, e a Guerra das Fronteiras na África do Sul .

  1. «AfricanCrisis». AfricanCrisis. Consultado em 18 de agosto de 2013. Arquivado do original em 13 de março de 2012 
  2. Federation of American Scientists (ed.). «KWACHA UNITA PRESS THE NATIONAL UNION FOR THE TOTAL INDEPENDENCE OF ANGOLA UNITA STANDING COMMITTEE OF THE POLITICAL COMMISSION 1999 - Year of Generalised Popular Resistance - COMMUNIQUE NO. 39/CPP/99». Consultado em 24 de agosto de 2022 
  3. Cámara, Francisco (1993). Dos Capítulos de la Diplomacia Mexicana. Universidade Nacional Autônoma do México. [S.l.: s.n.] p. 73. ISBN 968-36-2914-8 
  4. Perez de Cuellar C. Pilgrimage for Peace: A Secretary-General's Memoir pp.325-326
  5. a b Never Ending Wars, 2005, p. 24.
  6. Saul David (2009). War. [S.l.]: Google Books. Consultado em 21 de julho de 2017 
  7. a b c "La Guerras Secretas de Fidel Castro" Arquivado em 18 de janeiro de 2012, no Wayback Machine. (in Spanish). CubaMatinal.com. Acessado em 9 de março de 2011
  8. Africa South of Sahara 2004, p. 66.
  9. 15.02.2011 (15 de fevereiro de 2011). «Soviet Union and Russia lost 25,000 military men in foreign countries». English pravda.ru. Consultado em 18 de agosto de 2013 
  10. Irving Louis Horowitz (1995). Cuban Communism, 8th Edition. [S.l.]: Google Books. Consultado em 9 de março de 2013 
  11. Angola - Independence Struggle, Civil War, and Intervention. MongaBay.com.
  12. Political terrorism: a new guide to actors, concepts, data bases, theories and literature.
  13. Secondary Wars and Atrocities of the Twentieth Century. Necrometrics.com. Acessado em 21 de maio de 2012.
  14. «Fidel Castro of Africa! - Natna». Natna.wordpress.com. Consultado em 18 de agosto de 2013. Arquivado do original em 6 de agosto de 2013 
  15. Bush Wars: The Road to Cuito Cuanavale. [S.l.]: Books.google.com. Consultado em 18 de agosto de 2013 
  16. 15.02.2011 (15 de fevereiro de 2011). «Soviet Union and Russia lost 25,000 military men in foreign countries - English Pravda». English.pravda.ru. Consultado em 18 de agosto de 2013 
  17. "UNITA propustila posledních 20 československých rukojmí po více než roce" (in Czech). CzeskaTelevize.cz. 2008. Acessado em 21 de dezembro de 2012.
  18. «Angola (1975 - 2002)» (PDF) 
  19. «Angola General Conflict Information». Uppsala Conflict Data Program. Consultado em 24 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2014 
  20. «Front for the Liberation of the Enclave of Cabinda». Global Security 
  21. Inácio Luiz Guimarães Marques (2012). Memórias de um golpe: O 27 de maio de 1977 em Angola (PDF). Niterói: Universidade Federal Fluminense 
  22. Refugees. Refworld, ed. «Refworld | Angola: Current political and human rights conditions in Angola» (em inglês). Consultado em 24 de janeiro de 2021 

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