Guerra de Inverno

Guerra de Inverno
Segunda Guerra Mundial

Soldados finlandeses no norte da Finlândia a 12 de Janeiro de 1940.
Data 30 de novembro de 1939 a 13 de março de 1940
Local Finlândia oriental
Desfecho Tratado de Paz de Moscou;
Independência da Finlândia mantida
Mudanças territoriais Cessão das ilhas do Golfo da Finlândia, Istmo da Carélia, Ladoga da Carélia, Salla e Península de Rybachy e parte de Hanko para os Soviéticos
Beligerantes
 Finlândia
  • Voluntários estrangeiros
União Soviética
Comandantes
Finlândia Kyösti Kallio
Finlândia Risto Ryti
Finlândia Carl Mannerheim
Josef Stalin
Kirill Meretskov
Kliment Vorochilov
Semyon Timoshenko
Forças
300 000 – 340 000 soldados
32 tanques
130 aeronaves[1][2]
425 000 – 760 000 soldados
2 514 – 6 541 tanques[3]
3 800 aeronaves[4][5]
Baixas
25 904 mortos
43 557 feridos
800 – 1 100 capturados[6]
20 – 30 tanques perdidos
62 aeronaves perdidas
126 875 – 167 976 mortos ou desaparecidos
188 671 – 207 538 feridos
5 572 capturados[7]
1 200 – 3 543 tanques perdidos[8]
261 – 515 aeronaves perdidas

A Guerra de Inverno, também conhecida como a Guerra Soviético-Finlandesa ou Guerra Russo-Finlandesa (em finlandês: talvisota, em sueco: vinterkriget, em russo: Зимняя война) começou quando a União Soviética atacou a Finlândia, bombardeando a capital Helsínquia a 30 de novembro de 1939, três meses após o início da Segunda Guerra Mundial. O conflito arrastou-se até 12 de março de 1940, quando um tratado de paz foi assinado, cedendo 10% do território finlandês e 20% da sua capacidade industrial à União Soviética.[9][10][11][12]

O motivo dos soviéticos não terem vencido tão facilmente, como previam, deve-se por um lado aos expurgos de 1937 no comando do Exército Vermelho e à falta de espírito de luta dos atacantes, e por outro lado ao êxito da resistência finlandesa, liderada pelo marechal Carl Gustaf Emil Mannerheim.

Como consequência, a União Soviética foi banida da Liga das Nações a 14 de dezembro de 1939. Josef Stalin tinha esperado conquistar todo o país até ao final de 1939, mas a resistência finlandesa frustrou as forças soviéticas, que eram em maior número (3 soviéticos para 1 finlandês).

O resultado da guerra foi misto. Embora as forças soviéticas finalmente tivessem conseguido atravessar a defesa finlandesa, nenhum lado, quer a União Soviética ou a Finlândia, emergiu do conflito vitorioso. As perdas soviéticas na frente de combate foram tremendas, e a posição internacional do país sofreu.

E ainda pior, as habilidades de combate do Exército Vermelho foram postas em questão, um facto que teve um grande impacto para a decisão de Adolf Hitler de lançar a Operação Barbarossa. Finalmente, as forças soviéticas não alcançaram o seu objectivo primário de conquistar a Finlândia, mas ganharam apenas uma extensão de território ao longo do lago Ladoga. Os finlandeses asseguraram a sua soberania e ganharam uma posição internacional considerável.

O tratado de paz de 12 de março de 1940 impediu as preparações franco-britânicas de envio de apoio para a Finlândia através do norte da Escandinávia (a campanha Aliada na Noruega) que impediria também o acesso alemão às minas de ferro no norte da Suécia. A invasão pela Alemanha Nazista da Dinamarca e da Noruega a 9 de abril de 1940 (Operação Weserübung) desviou então a atenção do mundo para a luta pelo controle da Noruega.

A Guerra de Inverno foi um desastre militar para a União Soviética. Contudo, Stalin aprendeu com este fiasco e compreendeu que o controle sobre o Exército Vermelho já não era possível. Após a Guerra de Inverno, o Kremlin iniciou o processo de reinstaurar oficiais qualificados e de modernizar as suas forças, uma decisão que viria a permitir que os soviéticos resistissem à invasão alemã.

  1. Pentti Virrankoski, Suomen Historia 2, 2001, ISBN 951-746-342-1, SKS
  2. Erkki Käkelä, Laguksen miehet, marskin nyrkki: Suomalainen panssariyhtymä 1941-1944, 1992, ISBN 952-90-3858-5, Panssarikilta
  3. Kantakoski, Punaiset panssarit - Puna-armeijan panssarijoukot 1918-1945, p. 260
  4. Tomas Ries, Cold Will - The Defense of Finland, 1988, ISBN 0-08-033592-6, Potomac Books
  5. Ohto Manninen, Talvisodan salatut taustat, 1994, ISBN 952-90-5251-0, Kirjaneuvos
  6. Finnish Defence College, Talvisodan historia 4, p.406, 1991, ISBN 951-0-17566-8, WSOY, Os mortos incluem 3.671 mortalmente feridos que morreram sem deixarem o hospital, alguns anos após a guerra.
  7. G.F. Krivosheev, Soviet Casualties and Combat Losses in the Twentieth Century, 1997, ISBN 1-85367-280-7, Greenhill Books
  8. Kantakoski, p. 286
  9. Mäkelä, Essi (2010). «Historia». Finland : Republiken Finland (em sueco). Kuopio: Unipress. p. 9. 32 páginas. ISBN 9789515793171 
  10. Carsten Ryytty. «Finska vinterkriget» (em sueco). SO-rummet. Consultado em 13 de janeiro de 2016 
  11. Magnusson, Thomas; Peter A. Sjögren (2004). «Finska vinterkriget». Vad varje svensk bör veta (O que todos os suecos devem saber) (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag e Publisher Produktion AB. p. 21. 654 páginas. ISBN 91-0-010680-1 
  12. Hadenius, Stig; Torbjörn Nilsson, Gunnar Åselius (1996). «Finska vinterkriget». Sveriges historia - Vad varje svensk bör veta (História da Suécia – O que todos os suecos devem saber) (em sueco). Estocolmo: Bonnier Alba. p. 374. 447 páginas. ISBN 91-34-51784-7 

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