Guerra do Iraque
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Guerra ao Terrorismo
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No sentido horário, começando pelo canto superior esquerdo: uma patrulha conjunta em Samarra, a queda da estátua de Saddam Hussein na praça Firdos; um soldado do Exército iraquiano com seu fuzil durante um assalto; um IED explode no sul de Bagdá.
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Data
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20 de março de 2003 – 18 de dezembro de 2011[1] (8 anos, 8 meses, 4 semanas e 1 dia)
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Local
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Iraque
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Desfecho
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Situação
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Terminada
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Beligerantes
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Comandantes
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Forças
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Baixas
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Forças de Segurança Iraquiana (pós-Saddam) Mortos: 17 690[11] Feridos: 40 000+[12]
Forças da Coalizão Mortos: 4 805[13][14] (4 487 americanos mortos,[15] 179 britânicos mortos,[16] 139 mortos de outros países) Desaparecidos/capturados (EUA): 8 (todos recapturados)[17][18] Feridos: 32 753+ (32 226 americanos,[19] 315 britânicos, 212 de outros países[20])[21][22][23][24]
Feridos/doentes/outros: 51 139 (47 541 americanos,[25] 3 598 britânicos)[21][23][24]
Empresas militares privadas:
Mortos: 1 554[26][27]
Feridos: 43 880[26][27]
Total de mortos: 25 286 Total de feridos: 117 961 |
Combatentes iraquianos mortos (período da invasão): 7 600–11 000[28][29]
Insurgentes (pós-Saddam)
Mortos: 26 544 (2003-2011)[30]
Total: 34 144 – 37 344 mortos |
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A Guerra do Iraque, também referida como Ocupação do Iraque[31] ou Segunda Guerra do Golfo,[32] ou Terceira Guerra do Golfo ou ainda como Operação Liberdade do Iraque (em inglês: Operation Iraqi Freedom),[33] foi um conflito que começou no dia 20 de março de 2003 com a invasão do Iraque, por uma coalizão militar multinacional liderada pelos Estados Unidos. Esta fase do conflito foi encerrada no dia 18 de dezembro de 2011 com a retirada das tropas americanas do território iraquiano após oito anos de ocupação.[34] O conflito aconteceu no contexto da Guerra ao Terror, lançada pelo presidente americano George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001.
A invasão começou em 20 de março de 2003,[35] com os Estados Unidos, o Reino Unido e um punhado de nações aliadas, lançando uma pesada campanha de bombardeamento aéreo ("Choque e pavor") contra as principais cidades do Iraque, principalmente Bagdá. O exército iraquiano foi rapidamente sobrepujado pela Coalizão ocidental (encabeçada pelo exército americano), que em menos de um mês conseguiu tomar conta do país. A invasão aliada levou ao colapso do governo Baathista; o presidente iraquiano, Saddam Hussein, foi capturado na Operação Red Dawn em dezembro de 2003 e três anos mais tarde foi julgado e depois executado na forca. Contudo, o vácuo de poder após a queda do ditador e a ineficiência da ocupação estrangeira levou a uma onda de violência sectária e religiosa, principalmente amparada na rivalidade entre xiitas e sunitas, que mergulhou o país numa sangrenta guerra civil. Militantes islamitas estrangeiros começaram a chegar em peso no Iraque para lutar contra as tropas de ocupação ocidental e contra o novo governo secular iraquiano. Grupos como a Al-Qaeda se fortaleceram na região e utilizaram o território iraquiano para expandir suas atividades. Frente ao aumento da intensidade do conflito em uma sangrenta luta de guerrilha, vários países começaram a abandonar a Coalizão e retiraram suas tropas do Iraque. Os Estados Unidos foi pelo caminho oposto, aumentando consideravelmente sua presença militar no país em 2007 e, logo em seguida, a insurgência iraquiana começou a perder força. A partir de 2009, os americanos começaram o processo de desmobilizar suas tropas do Iraque, até que a retirada foi completada em dezembro de 2011.[36][37][38][39]
O Governo Bush baseou sua racionalidade para lançar a guerra na ideia de que o Iraque, visto pelo Ocidente como um "Estado vilão" desde a Guerra do Golfo, possuía armas de destruição em massa (WMDs, na sigla em inglês) e que o regime de Saddam Hussein representava uma ameaça grave para os Estados Unidos e seus aliados.[40][41] Oficiais e autoridades do governo americano também acusaram Saddam de dar abrigo e apoio a terroristas da al-Qaeda,[42] enquanto outros argumentavam sobre o valor moral de derrubar uma ditadura e levar democracia ao povo iraquiano.[43][44] Após a invasão, contudo, nenhuma evidência substancial foi encontrada para apoiar as acusações de que o Iraque possuía armas de destruição em massa, enquanto a hipótese de que Saddam tinha laços com a al-Qaeda se provou falsa. A racionalidade que levou os Estados Unidos à guerra foi duramente criticada, tanto pela população americana quanto pelo mundo afora. Uma das consequências internas foi o declínio considerável da popularidade de George Bush, que se tornaria um dos presidentes mais impopulares da história americana, com a esmagadora da maioria da população dos Estados Unidos acreditando, no final da década de 2000, que invadir o Iraque foi um erro.[45]
Enquanto isso, no Iraque, foi realizado em 2005 eleições multi-partidárias legitimamente democráticas, sendo a primeira em décadas. Nouri al-Maliki se tornou primeiro-ministro do país em 2006 e só deixou o cargo em 2014. O governo de al-Maliki foi, ao longo do tempo, adotando políticas que favoreciam os xiitas e assim alienou a minoria sunita da nação, o que fez ressurgir as tensões sectárias no começo da década de 2010. Se aproveitando disso, em 2014, o grupo terrorista auto-proclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, na sigla em inglês) lançou uma série de ofensivas militares nas províncias de Ninawa, Saladino e Ambar, e dominaram boa parte do norte do Iraque, proclamando um Califado na região, provocando uma nova resposta militar dos Estados Unidos e das nações ocidentais.[46]
As estimativas do total de pessoas mortas na guerra (de 2003 a 2011) divergem de fonte para fonte, com os números variando de 100 000 a até mais de 600 000 fatalidades.[47] Um estudo de 2019 feito pelo Exército dos Estados Unidos, afirmou que o Irã emergiu como "o único vitorioso" da guerra, pois conseguiu expandir sua influência e poder pela região de forma considerável.[48]
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