Os gurcas, também gurkhas ou gorkhas (/ˈɡɜːrkə,_ˈɡʊərʔ/), com o endônimo gorkhali (em nepalês: गोर्खाली), são soldados nativos do subcontinente indiano, residindo principalmente no Nepal e em algumas partes do nordeste da Índia.[1][2]
As unidades gurcas são compostas por nepaleses e gorkhas indianos (indianos de língua nepalesa), e são recrutados para o Exército nepalês (96.000),[3] o Exército Indiano (42.000), o Exército Britânico (4.010),[4] o Contingente Gurca em Cingapura, a Unidade de Reserva Gurca em Brunei, para as forças de manutenção da paz da ONU e em zonas de guerra em todo o mundo.[2]
Os gurcas estão intimamente associados à Kukri, uma faca curvada para a frente, e têm uma reputação de proeza militar. Na Segunda Guerra Mundial, os gurcas no Exército Britânico somaram quase 250 mil homens, e serviram na Ásia, na África do Norte e na Itália.[5] Serviriam também nas insurgências na Malásia e no Bornéu, onde demonstraram aptidão para a guerra na selva.[5] O ex-Chefe do Estado-Maior do Exército Indiano, Marechal Sam Manekshaw, afirmou certa vez que: "Se um homem diz que não tem medo de morrer, ou ele está mentindo ou é um gurca."[2]
Na origem do seu nome está o santo guerreiro hindu do século VIII, Guru Gorakhnath. Seu discípulo Bappa Rawal, o príncipe Kalbhoj/Príncipe Shailadhish, fundou a dinastia de Mewar no Rajastão (Rajputana). Os descendentes de Bappa Rawal migraram mais para o leste para fundar a dinastia de Gorkha, que por sua vez fundou o reino do Nepal.
Os salários e pensões das forças armadas britânicas tornaram-se a principal fonte de renda dos povos gurcas do Nepal e do nordeste da Índia.