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A imortalidade (ou vida eterna) corresponde ao conceito de viver como uma forma de vida física ou espiritual durante um período infinito ou inconcebivelmente vasto de tempo.[2]
Como a imortalidade é a negação da mortalidade, não morrer ou não ser sujeito à morte tem sido objeto de fascínio pela humanidade, pelo menos desde o início da história. A Epopeia de Gilgamesh, uma das primeiras obras literárias, que remonta a meados do século XXII a.C., é essencialmente a busca de um herói pela imortalidade.[3]
Esse questionamento abrange a possibilidade da existência de uma forma de vida humana interminável, podendo abranger também a existência da alma e de sua duração. Esse foi um grande ponto de enfoque da religião, assim como o objeto de especulação, fantasia e debate.
Não há provas de que a imortalidade humana é uma condição possível. Formas biológicas têm limitações inerentes, que podem ou não ser capazes de serem superadas através de intervenções médicas ou técnicas. Em 2009, descobriu-se a imortalidade biológica em pelo menos uma espécie, o Turritopsis dohrnii,[4] uma água-viva. Como consequência, é possível haver uma explosão demográfica mundial do organismo.[5]
Adeptos ao transumanismo, cientistas, futurólogos e filósofos, como Ray Kurzweil, defendem que a imortalidade é possível em humanos, já nas primeiras décadas do século XXI, alcançável através da engenharia genética e implantes tecnológicos, enquanto outros acreditam que o prolongamento da vida seria uma meta mais viável, num futuro ainda indefinido, a depender de maiores avanços da ciência, medicina e tecnologia. Aubrey de Grey, pesquisador que desenvolveu uma série de estratégias de rejuvenescimento biológico, para inverter o envelhecimento humano (chamado SENS), acredita que sua proposta para acabar com o envelhecimento pode ser implementável em duas ou três décadas. A ausência de envelhecimento proporcionaria aos seres humanos a imortalidade biológica, mas não invulnerabilidade à morte por lesão física: com base em dados estatísticos de 2002, a probabilidade de um indivíduo morrer de tal modo seria de uma vez em cada mil e setecentos anos.[6]
A vida eterna também pode ser definida como uma existência atemporal, que também não se sabe ao certo se seria factível, ou mesmo definível, apesar de milênios de argumentos para a eternidade. Em especial, Wittgenstein, que tem uma interpretação não teológica da vida eterna, escreve, no seu Tractatus:
"Se não definirmos a eternidade como infinita duração temporal, mas como intemporalidade, então a vida eterna pertence àqueles que vivem no presente."[7]
A imortalidade traz consigo diversos questionamentos éticos e filosóficos sobre a vida humana, dentre eles está o sentido da vida que, segundo alguns pensadores e escritores, só é possível devido sua brevidade. "O sentido da vida é que ela termina"- Franz Kafka [8]