Imortalidade

Fonte da Vida Eterna em Cleveland, Ohio. Simboliza o "Homem vencendo a morte, subindo para Deus e para a paz."[1]

A imortalidade (ou vida eterna) corresponde ao conceito de viver como uma forma de vida física ou espiritual durante um período infinito ou inconcebivelmente vasto de tempo.[2]

Como a imortalidade é a negação da mortalidade, não morrer ou não ser sujeito à morte tem sido objeto de fascínio pela humanidade, pelo menos desde o início da história. A Epopeia de Gilgamesh, uma das primeiras obras literárias, que remonta a meados do século XXII a.C., é essencialmente a busca de um herói pela imortalidade.[3]

Esse questionamento abrange a possibilidade da existência de uma forma de vida humana interminável, podendo abranger também a existência da alma e de sua duração. Esse foi um grande ponto de enfoque da religião, assim como o objeto de especulação, fantasia e debate.

Não há provas de que a imortalidade humana é uma condição possível. Formas biológicas têm limitações inerentes, que podem ou não ser capazes de serem superadas através de intervenções médicas ou técnicas. Em 2009, descobriu-se a imortalidade biológica em pelo menos uma espécie, o Turritopsis dohrnii,[4] uma água-viva. Como consequência, é possível haver uma explosão demográfica mundial do organismo.[5]

Adeptos ao transumanismo, cientistas, futurólogos e filósofos, como Ray Kurzweil, defendem que a imortalidade é possível em humanos, já nas primeiras décadas do século XXI, alcançável através da engenharia genética e implantes tecnológicos, enquanto outros acreditam que o prolongamento da vida seria uma meta mais viável, num futuro ainda indefinido, a depender de maiores avanços da ciência, medicina e tecnologia. Aubrey de Grey, pesquisador que desenvolveu uma série de estratégias de rejuvenescimento biológico, para inverter o envelhecimento humano (chamado SENS), acredita que sua proposta para acabar com o envelhecimento pode ser implementável em duas ou três décadas. A ausência de envelhecimento proporcionaria aos seres humanos a imortalidade biológica, mas não invulnerabilidade à morte por lesão física: com base em dados estatísticos de 2002, a probabilidade de um indivíduo morrer de tal modo seria de uma vez em cada mil e setecentos anos.[6]

A vida eterna também pode ser definida como uma existência atemporal, que também não se sabe ao certo se seria factível, ou mesmo definível, apesar de milênios de argumentos para a eternidade. Em especial, Wittgenstein, que tem uma interpretação não teológica da vida eterna, escreve, no seu Tractatus:
"Se não definirmos a eternidade como infinita duração temporal, mas como intemporalidade, então a vida eterna pertence àqueles que vivem no presente."[7]

A imortalidade traz consigo diversos questionamentos éticos e filosóficos sobre a vida humana, dentre eles está o sentido da vida que, segundo alguns pensadores e escritores, só é possível devido sua brevidade. "O sentido da vida é que ela termina"- Franz Kafka [8]

  1. Marshall Fredericks (2003). «GCVM History and Mission». Greater Cleveland Veteran's Memorial, Inc. Consultado em 14 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 16 de fevereiro de 2009 
  2. Concise Oxford Dictionary
  3. Joel Garreau (31 de outubro de 2007). «The Invincible Man». Washington Post: C01 
  4. Gilbert, Scott F. (2006). «Cheating Death: The Immortal Life Cycle of Turritopsis». Consultado em 14 de junho de 2009. Arquivado do original em 2 de abril de 2010 
  5. «'Immortal' jellyfish swarming across the world». Telegraph Media Group. 30 de janeiro de 2009. Consultado em 14 de junho de 2009 
  6. Based on 4.4% of U.S. deaths in 2002. Centers for Disease Control and Prevention (12 de outubro de 2004). «Deaths: Final Data for 2002» (PDF). National Vital Statistics Resports 
  7. Wittgenstein, Ludwig (1921). Tractatus Logico-Philosophicus 🔗. [S.l.: s.n.] 6.4311 páginas 

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