Khmer Vermelho


Khmer Vermelho
ខ្មែរក្រហម

A bandeira do Kampuchea Democrático, cujo design foi usado pelos guerrilheiros do Khmer desde a década de 1950.
Datas Junho de 1951 - Março de 1999
Ideologia Nacionalismo Khmer[1][2]
Organização
Líder Pol Pot
Sede Phnom Penh, Camboja
Relação com outros grupos
Aliados
Inimigos
Conflitos
Guerra Civil do Camboja
Guerra do Camboja (1979–1989)

Khmer Vermelho[7][8][9] ou Quemer Vermelho[10][11][12] (em quemer: ខ្មែរក្រហម, Khmer Krahom, lit. "Quemeres vermelhos") eram os seguidores do Partido Comunista da Kampuchea, partido governante no Camboja de 1975 a 1979, liderado por Pol Pot, Nuon Chea, Ieng Sary, Son Sen e Khieu Samphan.[13] O regime liderado pelo Khmer Vermelho - de 17 de abril de 1975 a 7 de janeiro de 1979 - foi denominado oficialmente como Kampuchea Democrático.[14][15][16]

Esta organização é lembrada principalmente por suas políticas de engenharia social, que resultaram em um genocídio.[17] Suas tentativas de reforma agrária levaram à fome generalizada, enquanto sua insistência na autossuficiência, até mesmo nos serviços médicos, levou à morte de milhares de pessoas em consequência de doenças tratáveis (tais como malária). Execuções brutais e arbitrárias e tortura praticadas por seus oficiais contra elementos considerados subversivos, ou durante expurgos em suas próprias fileiras entre 1976 e 1978 são consideradas como tendo constituído um genocídio,[18] com mortes atingindo cerca de 20% da população.

Depois da intervenção vietnamita em 1978, os Estados Unidos, o Reino Unido, a China e a Tailândia ajudaram os Vermelhos a combater o novo governo.[19] O Khmer Vermelho e os partidos anticomunistas cambojanos encontraram um governo no exílio, que obtém o reconhecimento da maioria dos países ocidentais e asiáticos.[20]

O clandestino Partido Comunista da Kampuchea constituía a liderança secreta do Khmer Vermelho, uma vez que seu nome oficial era conhecido apenas por alguns íntimos: o Partido se denominava “angkar” (a “organização”) e anunciou oficialmente sua existência em 1977, quase dois anos após o estabelecimento da Kampuchea Democrática. Após a queda do regime do Khmer Vermelho, o restante das forças guerrilheiras da organização ficou conhecidas como o Exército Nacional do Kampuchea Democrático. Em 1981, o partido foi dissolvido e substituído pelo Partido do Kampuchea Democrático.[21] Atualmente, o ex-líder comunista Hun Sen que lutou contra Lon Nol pelo Khmer Vermelho e depois contra Pol Pot é o Primeiro-ministro do Camboja no partido que governa o país chamado de Partido Popular do Camboja.

  1. a b c Kiernan, Ben (2004). How Pol Pot Came to Power: Colonialism, Nationalism, and Communism in Cambodia, 1930–1975Registo grátis requerido. [S.l.]: Yale University Press. ISBN 978-0300102628 
  2. a b Cook, Susan; Rowley, Kelvin (2017). Genocide in Cambodia and Rwanda: New Perspectives (PDF). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781351517775 
  3. «How Thatcher gave Pol Pot a hand». New Statesman. Consultado em 29 de junho de 2018. Cópia arquivada em 12 de junho de 2018 
  4. «Butcher of Cambodia set to expose Thatcher's role». The Guardian. 9 de janeiro de 2000. Consultado em 29 de junho de 2018. Cópia arquivada em 12 de junho de 2018 
  5. Becker, Elizabeth (17 de abril de 1998). «Death of Pol Pot: The Diplomacy; Pol Pot's End Won't Stop U.S. Pursuit of His Circle». The New York Times. Consultado em 7 de março de 2022 
  6. Parkinson, Charles; Cuddy, Alice; Pye, Daniel (29 de maio de 2015). «The Pol Pot dilemma». The Phnom Penh Post. Phnom Penh, Cambodia. Consultado em 7 de março de 2022 
  7. «Khmers Vermelhos». Infopédia. Consultado em 30 de janeiro de 2023. Em 1979 o governo dos Khmers Vermelhos foi derrubado pela invasão das tropas vietnamitas. 
  8. «Khmers». Lello Universal: dicionário enciclopédico em 2 volumes. Porto: Lello Editores. 1981. p. 1374. Khmers s. m. pl. Antigo povo do Camboja 
  9. «Guerra Civil do Camboja». Infopédia. Consultado em 30 de janeiro de 2023. Entretanto, os guerrilheiros do Partido Comunista, os chamados Khmer Vermelhos, combatiam o regime de Lon Nol, no que eram ajudados pelos norte-vietnamitas e pelo príncipe Sihanouk, exilado na China. 
  10. Castro 1950, p. 386.
  11. Guérios 1976, p. 40.
  12. Guérios 1984, p. 79-80.
  13. Daniel Neves Silva. «Pol Pot, o ditador cambojano». Mundo Educação. Consultado em 25 de fevereiro de 2023. Pol Pot foi o líder do Partido Comunista cambojano, conhecido como Khmer Vermelho"; "o partido fortaleceu-se e tomou o poder do país em 1975."; "Pol Pot comandou ditatorialmente o Camboja entre abril de 1975 e janeiro de 1979 
  14. Ito, Tomyo Costa (2021). «Introdução». A elaboração da memória em Rithy Panh (PDF) (Dissertação de Pós-Graduação). Universidade Federal de Minas Gerais. p. 11. O Khmer Vermelho tomou o poder em 17 de abril de 1975, após um período de 5 anos de intensa guerra civil, e permaneceu no governo até 7 de janeiro de 1979. Esse regime comunista totalitário foi liderado por Pol Pot, Nuon Chea, Ieng Sary, Son Sen e Khieu Samphan, oficialmente denominado Kampuchea Democrático. 
  15. Fernando Silveira Melo Plentz Miranda (2014). «Genocídio no Camboja, a Instalação de um Tribunal Penal Internacional Inócuo e a Preservação da Memória» (PDF). Revista Eletrônica Direito, Justiça e Cidadania (Vol. 5 - Nr. 1). Faculdade São Roque. 1 páginas. Consultado em 2 de janeiro de 2023. Este estudo tem por objetivo examinar os motivos que motivaram a ascensão do poder no Camboja do grupo denominado Khmer Vermelho, genocídio ocorrido em território cambojano no período do Kampuchea Democrático, como também a instalação do Tribunal Penal Internacional no Camboja. 
  16. Barreto, Beatriz Costa (2022). «3.1 Imagens de um genocídio». Rememorar o trauma e filmar o luto: A estética de elaboração de Rithy Panh em A Imagem que falta (2013) (PDF) (Dissertação de Pós-Graduação). Universidade Federal do Ceará. p. 12. Dessa forma, a divisão entre o Vietnã e o Kampuchea Democrático do Khmer Vermelho refletia o grande confronto entre a URSS e a República Popular da China dentro do bloco comunista 
  17. McLellan, Janet. «5». As Muitas Pétalas da Lótus: Cinco Comunidades Budistas Asiáticas em Toronto 1ª ed. [S.l.]: Imprensa da Universidade de Toronto. p. 137. ISBN 978-0802082251 
  18. Ratner, Steven R.; Abrams, Jason S. (5 de abril de 2001). Responsabilidade por Atrocidades contra os Direitos Humanos na Lei Internacional: Além do Legado de Nuremberg. 2ª ed. [S.l.]: OUP Oxford. p. 272. ISBN 978-0198298717 
  19. «China, EE UU y los jemeres rojos». El País (em espanhol) 
  20. «Seis países del sur de Asia piden ayuda para la guerrilla camboyana». El País (em espanhol) 
  21. «No Redemption - The Failing Khmer Rouge Trial By Allan Yang». Harvard International Review. 2008 

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