Laterita

Extração de blocos de laterita na Índia

A laterita ou laterite (lateritis ou em inglês laterite, original do latim ‘later’ que significa ‘tijolo’) é um tipo de solo muito alterado com grande concentração de hidróxidos de ferro e alumínio.

Este processo de alteração do solo é designado por laterização e caracteriza-se pela ocorrência de lixiviação, que ocorre pelo excesso de chuvas ou irrigação, podendo vir a formar uma crosta constituída por nutrientes do solo, como Fe e Al, impedindo assim a penetração de água até níveis de profundidade superiores ao do laterito formado. Os solos originados por este processo são também chamados solos lateríticos. . A laterização é um problema típico de solos ligado às regiões de clima úmido e quente (entre os trópicos de Câncer e Capricórnio). É um tipo de rocha rica em ferro e alumínio formado na presença de águas ácidas e grande flutuação do lençol freático.

Quando a laterização é quase total, o solo se chama laterita, após desidratação originam-se crostas, cangas e concreções limoníticas (ricas em Fe2O3) e bauxitas (ricas em Al2O3).

É muito usada em aquários, sendo enterrado para servir de fonte de ferro para as plantas.

Em 1807 na Índia, Francis Buchanan-Hamilton publicou os primeiros registros a respeito dos lateritos de que se tem conhecimento, que ele mesmo chamava primeiramente de “argila endurecida”. Buchanan versava sobre o caráter duro e resistente desse material, da concentração de óxidos e hidróxidos de ferro, do grande número de poros observados a olho nu, de sua resistência a erosão, da ausência de estratificação e de seu potencial uso para construção seja como tijolo, cerâmica, material de aterro, base e sub-base de vias, fundações e lastro.

Normalmente são de coloração vermelho-ferrugem, por causa da alta concentração de óxido de ferro. Desenvolvem-se por processos intempéricos de desgaste e transformação da rocha matriz subjacente ou em sedimentos aluvio-coluvionares e podem resultar em horizontes espessos que CPRM (2012)[1], dividiu em Lateritos Crosta[2] (unidade NQcl) e mosqueados (unidade NQclm) e que por sua vez apresentam grande variação quanto ao tipo, grau de evolução, estrutura, composição química e mineralógica.

Lateritos não podem ser confundidos com laterita ou algum tipo de solo ou mineral. Costa[3], definiu os tipos de lateritos e sua gênese, propondo que estes seriam o quarto tipo de rochas (além das ígneas, metamórficas e sedimentares). Pesquisadores especializados na análise de desenvolvimento genético de regolitos têm propostos tantas variações da terminologia que geraram uma tremenda confusão em torno do nome. No entanto, parece razoável a utilização do termo lateritos para rochas com as características aqui elencadas, uma vez que ocorrem ao redor de todo o mundo e em condições semelhantes em gênese, composição mineralógica, estratigrafia e comportamento mecânico.

Camadas de lateritos alterados e de granulometria grosseira podem ser porosas e ligeiramente permeáveis (o problema é que os poros são caóticos e não se conectam), de modo que as camadas podem funcionar como aquíferos restritos em áreas rurais.

Lateritos podem ser uma fonte de vários minérios, como hematita, goethita, gibbsita, boehmita ou diásporo e se concentram em grande parte na fração argila.

  1. Quadros, Marcos (2012). «Mapa Geológico. Folha Porto Velho. Escala 1:100000» (PDF). CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Consultado em 13 de setembro de 2016 
  2. Pinto, Evanice Almeida (2016). «Lateritoteca» (PDF). Lateritoteca. LabMoDA. Consultado em 13 de setembro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 19 de setembro de 2016 
  3. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :0

Developed by StudentB