A neutralidade deste artigo foi questionada. (Agosto de 2020) |
Leandro Narloch | |
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Leandro Narloch em uma conferência de imprensa em Cotia, região metropolitana de São Paulo, em 2011. | |
Nascimento | 1978 (46 anos) Curitiba, Paraná, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | Jornalista Escritor |
Principais trabalhos | Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil |
Leandro Narloch (Curitiba, 1978) é um jornalista e escritor brasileiro.[1]
Foi repórter da revista Veja e editor das revistas Aventuras na História e Superinteressante, do Grupo Abril.[2] Foi colunista no site da revista Veja (onde manteve coluna intitulada O Caçador de Mitos de dezembro de 2014 a novembro de 2016), no jornal Folha de S.Paulo (dezembro de 2016 a dezembro de 2018) e na revista Crusoé (de 2018 até o presente).[3] Também publicou artigos de opinião do The Wall Street Journal, entre outras publicações.[4][5] Em 2022, foi agraciado com o Prêmio Liberdade de Imprensa pelo Fórum da Liberdade.[6]
Ganhou notoriedade em 2009 ao publicar o livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil,[7][8][9] abordando imagens criadas em torno de personalidades e eventos marcantes da história do Brasil.[10] O livro foi um best-seller[11][12][13][14] e em 2017 foi levado à televisão pelo History.[15]
O livro foi sucedido em 2011 pelo Guia Politicamente Incorreto da América Latina (em coautoria com Duda Teixeira), no qual Narloch repetiu a abordagem com personagens e passagens da história da América Latina em geral.[16] Em agosto de 2013, lançou o terceiro livro da série, com o título Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo, abordando a história universal.[17] Em 2015, a série foi acrescida do Guia Politicamente Incorreto da Economia Brasileira.
Em julho de 2020, Narloch causou controvérsia ao comentar, na CNN Brasil, sobre nova regra que passava a permitir a doação de sangue por homossexuais. Narloch apoiou a mudança, mas, em seu comentário, chamou atenção para a maior prevalência de HIV entre homossexuais masculinos.[18] Após intensa pressão, a CNN decidiu demiti-lo por considerar a fala homofóbica.[19] Após a demissão, Narloch escreveu no Twitter que tem horror à homofobia e reforçou sua concordância com a doação de sangue por homossexuais.[20] Hélio Coutinho Beltrão, colunista da Folha, escreveu uma coluna considerando a demissão como um exemplo da cultura do cancelamento.[21] Após o episódio, o jornalista recebeu o apoio de Jair Bolsonaro.[22]
Tais narrativas de fácil leitura logo cativaram o grande público, mas coube a Narloch com base em um sensacionalismo sem limites obter o maior sucesso no mercado. É notório na leitura de seus livros um ponto em comum, a radicalização da apropriação do passado a partir de valores conservadores e preconceituosos:...
Radicalizando e potencializando as características da escrita histórica feita por historiadores leigos no Brasil, em 2009 apareceu um livro que logo entrou para a lista de best-sellers, alcançando a marca de mais de 100 mil exemplares vendidos em poucas semanas. Trata-se do Guia politicamente incorreto da história do Brasil, de Leandro Narloch (2009). Do ponto de vista da produção da escrita histórica, o texto se apoia na historiografia disponível, ora para corroborar seus argumentos, ora para detratá-la quando dela discorda. Sob a bandeira do “politicamente correto”, mal se disfarça uma visão altamente conservadora, quando não reacionária, retrógrada, eurocêntrica e preconceituosa da/sobre a história do Brasil. Por exemplo, em relação a negros e índios, Narloch reproduz uma interpretação típica das classes senhoriais brasileiras do século XIX segundo a qual a construção do Brasil foi obra de europeus (portugueses) e o Brasil fez-se quase que apesar da existência de negros e índios.
O momento mais delicado, obviamente, é aquele em que trata da ditadura. É cada vez mais comum que novos estudos promovam uma releitura menos ideologizada do período e que cada vez menos se fale em "mocinhos" e "bandidos", como sugere Narloch. Mas o rapaz toma tão claramente um só partido da dicotomia que diz tentar combater que fica até feio. Chega a dizer coisas duvidosas, que qualquer estudioso sério da ditadura ao menos relativizaria, do tipo: "Qualquer notícia de movimentação comunista era um motivo justo de preocupação. A experiência mostrava que poucos guerrilheiros, com a ajuda de partidários infiltrados nas estruturas do Estado, poderiam sim derrubar o governo."