Liberalismo social

 Nota: Não confundir com Socialismo liberal, nem com Socialismo libertário, nem com Liberalismo cultural.

O liberalismo social, social liberalismo, novo liberalismo,[1] ou liberalismo moderno[2] é uma filosofia política e uma variante do liberalismo que apoia a justiça social, os serviços sociais, uma economia mista e a expansão dos direitos civis e políticos, em oposição ao liberalismo clássico que apoia o capitalismo laissez faire não regulamentado com muito poucos serviços governamentais.

Economicamente, baseia-se na economia social de mercado e considera o bem comum como harmonioso com a liberdade do indivíduo.[3] Os liberais sociais sobrepõem-se aos social-democratas na aceitação da intervenção económica mais do que outros liberais;[4] a sua importância é considerada auxiliar em relação aos social-democratas.[5] As ideologias que enfatizam a sua política económica incluem o liberalismo do bem-estar,[6] o liberalismo do New Deal nos Estados Unidos,[7] e o liberalismo keynesiano.[8] O liberalismo cultural é uma ideologia que destaca os seus aspetos culturais. O mundo adotou amplamente políticas sociais liberais.[9]

As ideias e os partidos sociais liberais tendem a ser considerados de centro ao centro-esquerda, embora haja desvios destas posições tanto para a esquerda como para a direita política.[4][10][11] É expectável a abordagem de questões económicas e sociais, como pobreza, segurança social, infraestrutura, saúde e educação usando intervenção governamental, ao mesmo tempo em que se enfatiza os direitos individuais e a autonomia, sob um governo social liberal.[12][13][14] No discurso político moderno, o liberalismo social está associado ao progressismo,[15][16][17] um liberalismo de esquerda em contraste com o neoliberalismo de direita,[18] e combina o apoio a uma economia mista com o liberalismo cultural.[19]

O liberalismo social também pode referir-se às posições progressistas americanas sobre questões socioculturais,[20] como os direitos reprodutivos e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em contraste com o conservadorismo social americano. O liberalismo cultural é frequentemente referido como liberalismo social porque expressa a dimensão social do liberalismo; no entanto, não é o mesmo que a ideologia política mais ampla conhecida como liberalismo social. Na política americana, um liberal social pode ter opiniões conservadoras (liberais económicos) ou opiniões liberais (progressistas económicos) sobre a política fiscal.[21][22]

A palavra social é utilizada nesta versão do liberalismo com um duplo sentido.[23] Um primeiro como forma de diferenciação dos grupos que defendem correntes do liberalismo como o liberalismo clássico, o neoliberalismo e o libertarianismo.[23] Um segundo como forma de se aproximar de ideais progressistas ao nível da defesa das liberdades individuais e em oposição às ideias defendidas pelos partidos conservadores. O Liberalismo Social é uma filosofia política que enfatiza a colaboração mútua através de instituições liberais, em oposição à utilização da força para resolver as controvérsias políticas.[23] Rejeitando quer a versão "laissez-faire" do capitalismo, quer os elementos revolucionários da escola socialista, o liberalismo social coloca a sua ênfase nas liberdades positivas, tendo como objetivo aumentar as liberdades dos desfavorecidos da sociedade.[23]

  1. Shaver, Sheila (julho de 1997). «Liberalism, Gender and Social Policy» (PDF). EconPapers. Consultado em 18 de maio de 2008. Arquivado do original (PDF) em 30 de maio de 2008 
  2. Richardson, James L. (2001). Contending Liberalisms in World Politics: Ideology and Power. Colorado: Lynne Rienner Publishers. 155587939X 
  3. De Ruggiero, Guido (1959). The History of European Liberalism. pp. 155–157.
  4. a b Slomp, Hans (2000). European Politics Into the Twenty-First Century: Integration and DivisionRegisto grátis requerido. Westport: Greenwood Publishing Group. ISBN 0275968146 
  5. Margalit, Avishai (2013). «Liberal or Social Democrat?». Dissent (Primavera de 2013). Consultado em 19 de setembro de 2022. Arquivado do original em 20 de setembro de 2022 
  6. «Main Ideas of General-welfare Liberalism». www1.udel.edu. Consultado em 19 de setembro de 2022. Arquivado do original em 26 de janeiro de 2022 
  7. «How Classical Liberalism Morphed Into New Deal Liberalism». Center for American Progress (em inglês). 26 de abril de 2012. Consultado em 19 de setembro de 2022. Arquivado do original em 20 de setembro de 2022 
  8. kanopiadmin (7 de abril de 2010). «Was Keynes a Liberal?». Mises Institute (em inglês). Consultado em 19 de setembro de 2022. Arquivado do original em 20 de setembro de 2022 
  9. Faulks, Keith (10 de dezembro de 1999). Political Sociology: A Critical Introduction. [S.l.]: Edinburgh University Press. ISBN 9780748613564. Consultado em 10 de dezembro de 2018. Cópia arquivada em 17 de janeiro de 2023 – via Google Books 
  10. Hombach, Bodo (2000). The politics of the new centre. [S.l.]: Wiley-Blackwell. ISBN 9780745624600. Consultado em 6 de abril de 2009. Cópia arquivada em 3 de agosto de 2009 
  11. Matland, Richard E.; Montgomery, Kathleen A. (2003). Women's access to political power in post-communist EuropeRegisto grátis requerido. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-924685-4 
  12. Rohr, Donald G. (setembro de 1964). «The Origins of Social Liberalism in Germany». The Journal of Economic History. 24 (3). Consultado em 21 de maio de 2013. Cópia arquivada em 8 de janeiro de 2016 
  13. Courtland, Shane D. (Primavera de 2011). «The 'New Liberalism'». The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Consultado em 21 de maio de 2013. Arquivado do original em 8 de setembro de 2018 
  14. Derbyshire, John (12 de julho de 2010). «The origins of social liberalism». New Statesman. Consultado em 21 de maio de 2013. Arquivado do original em 22 de dezembro de 2015 
  15. Klaus P. Fischer, ed. (2007). America in White, Black, and Gray: A History of the Stormy 1960s. [S.l.]: Bloomsbury Publishing USA 
  16. Great Courses, ed. (2014). The Modern Political Tradition: Episode 17: Progressivism and New Liberalism. [S.l.]: Great Courses [Falta ISBN]
  17. Helen Hardacre; Timothy S. George; Keigo Komamura; Franziska Seraphim, eds. (2021). Japanese Constitutional Revisionism and Civic Activism. [S.l.]: Rowman & Littlefield. pp. 136, 162 [Falta ISBN]
  18. Muzammil Quraishi, ed. (2020). Towards a Malaysian Criminology: Conflict, Censure and Compromise. [S.l.]: Springer Nature. ISBN 9781137491015 
  19. Joseph M. Hoeffel, ed. (2014). Fighting for the Progressive Center in the Age of Trump. [S.l.]: ABC-CLIO [Falta ISBN]
  20. «They retain meaning across populations and through time. That's the whole point ... | Hacker News». Consultado em 3 de novembro de 2021. Arquivado do original em 17 de janeiro de 2023 
  21. Chideya, Farai (2004). «The Red and the Blue: A Divided America». Trust: Reaching the 100 Million Missing Voters and Other Selected Essays. [S.l.]: Soft Skull Press. pp. 33–46. ISBN 9781932360264 
  22. «Education in the Netherlands: A guide to the Dutch education system» (em inglês) 
  23. a b c d Valle, Alvaro (1992). O Liberalismo Social: a doutrina do Partido Liberal. Rio de Janeiro: Nórdica 

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