A partir de maio de 1968, ocorreu um período de agitação civil em toda a França, com duração de sete semanas e pontuado por manifestações, greves gerais e ocupação de universidades e fábricas. No auge dos acontecimentos, que desde então ficaram conhecidos como Maio de 68 (em francês: Mai 68), a economia francesa parou.[1] Os protestos chegaram a um ponto que fez os líderes políticos temerem uma guerra civil ou uma revolução; o governo nacional deixou de funcionar brevemente depois que o presidente Charles de Gaulle fugiu secretamente da França para a Alemanha Ocidental no dia 29. Os protestos são por vezes associados a movimentos semelhantes que ocorreram na mesma época em todo o mundo[2] e que inspiraram uma geração de protestos artísticos na forma de canções, grafites imaginativos, cartazes e slogans.[3][4]
A agitação começou com uma série de protestos de ocupação estudantil de extrema esquerda contra o capitalismo, o consumismo, o imperialismo americano e as instituições tradicionais. A forte repressão policial aos manifestantes levou as confederações sindicais francesas a convocar greves de solidariedade, que se espalharam muito mais rapidamente do que o esperado, envolvendo 11 milhões de trabalhadores, mais de 22% da população francesa na época.[1] O movimento foi caracterizado por uma disposição selvagem espontânea e descentralizada; isso criou contraste e, às vezes, até mesmo conflito entre os sindicatos e os partidos de esquerda.[1] Foi a maior greve geral alguma vez tentada no país e a primeira greve geral selvagem a nível nacional.[1]
As ocupações estudantis e greves gerais em toda a França foram confrontadas violentamente por administradores universitários e pela polícia. As tentativas do governo de Gaulle de reprimir as greves por meio de ações policiais só agravaram a situação, levando a batalhas de rua com a polícia no Quartier Latin de Paris. No final de maio, o fluxo dos eventos mudou. Os acordos de Grenelle, concluídos em 27 de maio entre o governo, sindicatos e empregadores, proporcionaram ganhos salariais significativos para os trabalhadores. Uma contramanifestação organizada pelo partido gaullista em 29 de maio no centro de Paris deu a De Gaulle a confiança para dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições parlamentares para 23 de junho de 1968. A violência evaporou quase tão rápido quanto surgiu. Os trabalhadores retornaram aos seus empregos e, após as eleições de junho, os gaullistas emergiram mais fortes do que antes.[5]
Os acontecimentos de maio de 1968 continuam a influenciar a sociedade francesa. O período é considerado um ponto de virada cultural, social e moral na história da nação. Alain Geismar, que era um dos líderes estudantis na época, disse mais tarde que o movimento teve sucesso "como uma revolução social, não como uma revolução política".[6]