Maoismo

 Nota: Não confundir com Marxismo–Leninismo–Maoismo (Vertente marxista-leninista, Comunista, do Maoismo).

O maoismo, também chamado de Pensamento de Mao Tse Tung (em chinês: 毛澤東思想, pinyin: Máo Zédōng Sīxiǎng), é uma corrente socialista baseada nos príncipios de Mao Tsé-Tung (1893-1976) e originária da visão de Mao sobre o Três Princípios do Povo e algumas particularidades do Comunismo.[1][2][3][4]

Na República Popular da China, o Pensamento de Mao Tse Tung é a doutrina oficial do Partido Comunista da China.[5] O Maoísmo é melhor trabalhado ao longo do inicio da carreira politica de Mao Zedong, ganhando uma vertente Marxista-Leninista-Maoista após a Revolução Comunista Chinesa em 1949 e a participação da China na guerra fria.[6] Uma das características do maoismo que o distancia do leninismo pode ir além do voluntarismo, neste caso, segundo o qual as condições objetivas da sociedade não são tão importantes para a revolução quanto as condições subjetivas, isto é, a vontade revolucionária do povo. Isso leva os maoistas a defender a insurreição armada como método de tomar o poder em todas as sociedades, e não só nas agrárias. Para os maoístas que participam da esquerda antistalinista e favorecem uma revolução socialista aos moldes do que é dito pelos Três Princípios do Povo, não se compreende todos os conceitos marxistas-leninistas, apesar de ser viavel para estes a utilização da estrutura leninista de governo, mas não suas bases ideologicas, o que acaba por dividir e se separar dos marxistas-leninistas-maoistas.[1]

O maoismo segue sendo um movimento de grande importância em alguns países, como na Índia, Filipinas, e no Nepal, onde partidos maoistas lideram guerrilhas e atuam nos governos. Em alguns países ocidentais, o maoismo teve uma forte influência durante o século XX: o Sendero Luminoso lidera uma guerrilha por muitas décadas no Peru, e a teoria maoista foi instrumental na formação dos Panteras Negras nos Estados Unidos, assim como no movimento comunista na França e no norte da África, contando com teóricos como Charles Bettelheim, Jacques Ranciere, e Alain Badiou. No Brasil, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) adotou o maoismo como a sua orientação entre 1962 e 1976, quando organizou a Guerrilha do Araguaia.

  1. a b Choquette, Éléna (24 de maio de 2013). «Markets in the Name of Socialism: The Left-Wing Origins of Neoliberalism, Johanna Bockman, Stanford CA: Stanford University Press, 2011, pp. 332.». Canadian Journal of Political Science (2): 483–485. ISSN 0008-4239. doi:10.1017/s0008423913000401. Consultado em 9 de outubro de 2024 
  2. SMITH, STEVE (dezembro de 2006). «Marxism in the Chinese Revolution. By ARIF DIRLIK [Lanham, Boulder, New York, Toronto and Oxford: Rowman and Littlefield Publishers, 2005. x + 330 pp. £49.00. ISBN 0-7425-3069-8.]». The China Quarterly: 1140–1142. ISSN 0305-7410. doi:10.1017/s0305741006330639. Consultado em 9 de outubro de 2024 
  3. Souza, J.C. (31 de dezembro de 2012). «Os Tempos da Igreja de Todos os Tempos [Resenha]». Caminhando (2): 147–155. doi:10.15603/2176-3828/caminhando.v17n2p147-155. Consultado em 9 de outubro de 2024 
  4. «Sobre a Democracia Nova». www.marxists.org. Consultado em 17 de outubro de 2024 
  5. Tamosauskas, Thiago (2018). Filosofia Chinesa: Pensadores Chineses de todos os tempos. [S.l.: s.n.] p. 76 
  6. Goldstein, Steven M. (setembro de 2008). «The Sino-Soviet Split: Cold War in the Communist World, Lorenz M. Luthi. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008. xvii + 375 pp. £16.95 ISBN 978-0-691-13590-8.». The China Quarterly (em inglês): 946–947. ISSN 1468-2648. doi:10.1017/S0305741008001458. Consultado em 9 de outubro de 2024 

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