Materialismo é um termo abrangente e polissêmico na história da filosofia e das ciências, costuma significar uma ênfase na materialidade como base para a explicação do mundo e dos problemas filosóficos relativos ao conhecimento, à ética, à política e demais campos. O materialismo é considerado uma tradição marginal, esporádica e frequentemente vinculada a ideias heréticas na história.[1][2] Parte da falta de definição do termo é decorrente de sua origem polemista, usado como acusação e forma de descredito de ideias alheias.[3] Não obstante, passa a ganhar um sentido mais positivo ao longo de século XVIII, notadamente pelo filósofo iluminista radical La Mettrie, que primeiro se descreveu como materialista.[4] Retrospectivamente, correntes da filosofia antiga são identificados como materialistas, especialmente o Atomismo.
No contexto do século XIX, o materialismo se torna um termo cada vez mais vinculada ao desenvolvimento das ciências naturais e sociais, manifestando-se especialmente nas tendências darwinistas, positivistas e socialistas. Torna-se também negativamente associado ao reducionismo, significando uma doutrina que minimiza a autonomia do humano e da política em favor determinismos derivados das ciências físicas e biológicas.[5]
Na filosofia contemporânea, existe uma convergência de interesses denominada de 'novos materialismos', que promove novos engajamentos com a tradição de pensamento materialista, como também articulações originais entre áreas da ciência e tendências intelectuais recentes que elaboram outras concepções de matéria, consideradas críticas dos paradigmas anteriores de materialismo e do domínio teórico do construtivismo e da filosofia analítica.[6][7]