Myxozoa

Myxozoa
Myxobolus cerebralis
Myxobolus cerebralis
Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Animalia
Sub-reino: Eumetazoa
Filo: Cnidaria
Subfilo: Endocnidozoa
Classe: Myxozoa
Grassé, 1970
Subclasses
Malacosporea

Myxosporea

Myxozoa é uma classe de Cnidaria[1] que engloba uma grande diversidade de endoparasitos, chamados de mixozoários, que ocorrem em habitats marinhos e de água doce. Com a revelação dos primeiros ciclos de vida completos,[2][3] esquemas de classificação antigos, com base na morfologia dos esporos, actinosporianos e mixosporianos, tiveram que ser revisados. Em vez de representarem diferentes táxons, eles eram diferentes estágios do mesmo ciclo de vida: actinosporos são os esporos liberados pelo hospedeiro invertebrado definitivo e mixosporos do hospedeiro vertebrado intermediário.[4] O aumento da amostragem de táxons para dados moleculares em combinação com dados morfológicos e ontogenéticos levaram a reclassificação desses parasitos de protozoários para metazoários, evidências ultra-estruturais de características conhecidas dos metazoários, como diferenciação celular terminal, septo intercelular e junções desmossomais, comunicação citoplasmática intercelular e colágeno reticulado foram observadas. Foi ainda demonstrada uma grande similaridade filogenética com as narcomedusas dentro do filo Cnidaria. E, micrografias eletrônicas com referência cruzada demonstraram homologia da ontogenia das cápsulas polares mixosporeanas com os cnidoblastos atrichio isorhiza dos medusozoários.[5] Entre as cerca de 2400 espécies atualmente conhecidas, algumas são capazes de causar doenças economicamente importantes, prejudicando peixes selvagens e de criatórios.[6] Estes parasitos são agrupados em dois grandes clados (considerados como classes): o primitivo Malacosporea (Canning, Curry, Feist, Longshaw & Okamura, 2000) onde estão os malacosporídeos e o Myxosporea (Bütschli, 1881) onde estão os mixosporídeos.[7]

  1. Schuster, Ruth (20 de novembro de 2015). «Microscopic parasitic jellyfish defy everything we know, astonish scientists». Haaretz. Consultado em 4 de abril de 2018 
  2. Markiw, Maria E. & Wolf, K. (1983). «Myxosoma cerebralis (Myxozoa: Myxosporea) Etiologic Agent of Salmonid Whirling Disease Requires Tubificid Worm (Annelida: Oligochaeta) in its Life Cycle».  The Journal of Protozoology. 30 (3): 561-564. doi:10.1111/j.1550-7408.1983.tb01422.x 
  3. Wolf, K. & Markiw, Maria E. (1984). «Biology contravenes taxonomy in the myxozoa: new discoveries show alternation of invertebrate and vertebrate hosts».  Science. 225 (4669): 1449-1452. doi:10.1126/science.225.4669.1449 
  4. Gruhl, Alexander (2015). «7 - Myxozoa». In: Wanninger, Andreas. Evolutionary developmental biology of invertebrates 1: Introduction, non-bilateria, acoelomorpha, xenoturbellida, chaetognatha (em inglês). 1. [S.l.]: Springer Verlag Wien. p. 165-177. 251 páginas. ISBN 978-3-7091-1861-0. doi:10.1007/978-3-7091-1862-7_7 
  5. Foox, J. & Siddall, M.E. (2015). «The Road To Cnidaria: History of Phylogeny of the Myxozoa».  Journal of Parasitology. 101 (3): 269-274. doi:10.1645/14-671.1 
  6. Feist, S.W.; Longshaw, M. (2006). «Phylum Myxozoa». In: Patrick T. K. Woo. Protozoan and Metazoan Infections, Volume 1: Fish Diseases and Disorders (em inglês). 1 2nd ed. UK: CAB International. p. 230-296. 800 páginas. ISBN 978-0851988238. doi:10.1079/9780851990156.0230 
  7. Bartošová-Sojková, P.; et al. (2014). «Hidden diversity and evolutionary trends in malacosporean parasites (Cnidaria: Myxozoa) identified using molecular phylogenetics».  International Journal for Parasitology. 44 (8): 565-577. doi:10.1016/j.ijpara.2014.04.005 

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