O nacionalismo é uma ideia apolítica[1] e um movimento que defende a resolução de problemas da nação e deve ser protegida e mantida de acordo com o Estado.[2][3] Como movimento, o nacionalismo, cujo não possui uma orientação ideologia podendo vir tanto pela esquerda quanto pela direita, tem como objetivo promover os interesses internos de uma nação em particular (como um grupo étnico),[4] especialmente com o objetivo de ganhar e manter a autogovernação e a autodeterminação.
Dentre os principios de nacionalismo estão a soberania da nação (autogovernação) sobre a pátria para criar um Estado-nação e a defesa de que cada nação deve governar-se a si própria, livre de interferências externas (autodeterminação), que uma nação é uma base natural e ideal para uma entidade política[5] e que a nação é a única fonte legítima de poder político.[4][6] Visa ainda construir e manter uma identidade nacional única, baseada em características sociais partilhadas de cultura, etnia, localização geográfica, língua, política (ou governo), religião, tradições e crença numa história singular partilhada,[7][8] e promover a unidade ou solidariedade nacional.[4] O nacionalismo, portanto, procura preservar e fomentar a cultura tradicional de uma nação.[9] Existem várias definições de uma "nação", o que leva a diferentes tipos de nacionalismo. As duas principais formas divergentes são o nacionalismo étnico e o nacionalismo cívico.
O consenso entre os estudiosos é as nações serem socialmente construídas e historicamente contingentes.[10] Ao longo da história, as pessoas tiveram uma ligação ao seu grupo de parentesco e tradições, autoridades territoriais e à sua pátria, mas o nacionalismo só se tornou uma ideologia proeminente no final do século XVIII.[11] Existem três perspectivas proeminentes sobre o nacionalismo. O primordialismo (pereneismo), que reflete as concepções populares do nacionalismo, mas que tem caído largamente em desuso entre os académicos,[12] propõe que houve sempre nações e que o nacionalismo é um fenómeno natural. O etnossimbolismo explica o nacionalismo como um fenómeno dinâmico e evolutivo, e sublinha a importância dos símbolos, mitos e tradições no desenvolvimento das nações e do nacionalismo. A teoria da modernização, que substituiu o primordialismo como explicação dominante do nacionalismo,[13] adota uma abordagem construtivista e propõe que o nacionalismo surgiu devido a processos de modernização, tais como a industrialização, urbanização e educação de massas, que tornaram possível a consciência nacional.[10][14] Os defensores desta última teoria descrevem as nações como comunidades imaginadas e o nacionalismo como uma tradição inventada, na qual o sentimento partilhado proporciona uma forma de identidade coletiva e une os indivíduos na solidariedade política. A "história" fundacional de uma nação pode ser construída em torno de uma combinação de atributos étnicos, valores e princípios, e pode estar intimamente ligada a narrativas de pertencimento.[10][15][16]
O valor moral do nacionalismo, a relação entre nacionalismo e patriotismo, e a compatibilidade entre nacionalismo e cosmopolitismo são todos temas de debate filosófico.[10] O nacionalismo pode ser combinado com diversos objetivos e ideologias políticas, tais como o conservadorismo (conservadorismo nacional e populismo de direita) ou o socialismo (nacionalismo de esquerda).[5][17][18] Na prática, o nacionalismo pode ser positivo ou negativo, dependendo da sua ideologia e dos seus resultados. O nacionalismo tem sido uma característica dos movimentos pela liberdade e justiça, tem sido associado a reavivamentos culturais,[9] e encoraja o orgulho nas realizações nacionais.[19] Tem também sido utilizado para legitimar divisões raciais, étnicas e religiosas, suprimir ou atacar minorias, e minar os direitos humanos e as tradições democráticas.[10] O nacionalismo radical combinado com o ódio racial foi um fator-chave no Holocausto perpetrado pela Alemanha nazi.[20]