O nascimento virginal de Jesus é um dogma do cristianismo e do islamismo que sustenta que Maria concebeu Jesus milagrosamente, se mantendo virgem, ou seja, sem relação sexual[1]. Seria mais correto falar em "conceição virginal". Esta doutrina foi universalmente adotada na Igreja cristã já no século II [2] e aceita pela Igreja Anglicana, a Igreja do Leste, a Igreja Ortodoxa, Igrejas Protestantes e a Igreja Católica Romana.
O dogma é incluído nos dois credos mais amplamente usados. Um afirma que Jesus "foi a encarnação do Espírito Santo e da Virgem Maria" (o Credo de Niceia, que é sua forma familiar[3]) e outro que Ele "nasceu da Virgem Maria" (Credo dos Apóstolos),[4]. Estes dois credos não tinham sido seriamente postos em causa, exceto por alguns setores minoritários, até à teologia do Iluminismo, no século XVIII.[2]
O Evangelho de Mateus (Mateus 1) [5] e o Evangelho de Lucas (Lucas 3)[6] dizem que Maria era virgem e que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo. Esses evangelhos, a tradição recente e a doutrina atual apresentam a concepção de Jesus como um milagre sem envolvimento de pai natural[7][8][9], sem intercurso sexual e sem fertilização genética, mas em vez disso trazida à cena pelo Espírito Santo.[10][11][12][13]
Na Igreja Católica e na Igreja Ortodoxa, o termo "nascimento virginal" não significa apenas que Maria era virgem quando concebeu e deu à luz, mas também que ela teria permanecido virgem por toda a vida, uma crença atestada desde o século II d.C.[14]. (Veja Virgindade perpétua de Maria).
A doutrina geral cristã do nascimento virginal de Jesus não deve ser confundido com a doutrina católica romana da Imaculada Conceição, que trata da conceição imaculada da própria Maria por Santa Ana. A concepção de Maria teria ocorrido da forma tradicional, sem milagre, e o que a doutrina católica prega é que ela veio ao mundo sem a "mancha" (em latim: macula) do pecado original[15].
A virgindade de Maria na concepção de Jesus é também um dogma no islamismo[16]. Os muçulmanos se referem a Jesus como "Jesus filho de Maria" (Isa bin Maryam), um termo repetidamente utilizado no Corão.[17]