Oscar Wilde

Oscar Wilde
Oscar Wilde
Oscar Wilde em foto de 1882 por Napoleon Sarony, em Nova Iorque.
Nascimento Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde
16 de outubro de 1854
Dublin, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda (atual Irlanda)
Morte 30 de novembro de 1900 (46 anos)
Paris, França
Sepultamento Oscar Wilde's tomb
Nacionalidade irlandês
Cidadania Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, Irlanda, Reino Unido, França
Progenitores William Wilde (pai)
Jane Wilde (mãe)
Cônjuge Constance Lloyd (1884–1898)
Filho(a)(s) Cyril Holland (1885-1915)
Vyvyan Holland (1886-1967)
Irmão(ã)(s) Willie Wilde, Isola Francesca Emily Wilde
Alma mater Trinity College
Magdalen College
Ocupação poeta, dramaturga, contista, jornalista, escritor de literatura infantil, romancista, escritor, autor, prosista, jornalista de opinião, ensaísta, fabulista, libretista
Distinções
Género literário Drama, conto, diálogo
Movimento literário Esteticismo
Obras destacadas The Importance of Being Earnest
O Retrato de Dorian Gray
Movimento estético esteticismo, Decadentismo
Religião Protestantismo convertido ao catolicismo
Causa da morte Meningite
Página oficial
http://www.cmgww.com/historic/wilde/
Assinatura

Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, ou simplesmente Oscar Wilde (Dublin, Irlanda, 16 de outubro de 1854Paris, 30 de novembro de 1900), foi um influente escritor, poeta e dramaturgo irlandês.[1] Conhecido por sua sagacidade mordaz, pelas vestimentas extravagantes de dândi, pela habilidade de conversação e de ditos espirituosos e ricos em sarcasmo, ironia e cinismo,[2] Wilde tornou-se uma das personalidades mais famosas de sua época e um dos dramaturgos mais populares de Londres, em 1890, após escrever de diversas formas na década de 1880.

Enquanto para Max Nordau era um simples degenerado mental cujo único objetivo era causar espanto no público desprevenido, para Fernando Pessoa era antes um individualista forte, com um enorme sentido aristocrático, autor da frase: “Eu sou daqueles que são feitos para ser a excepção, não para seguir a lei”, mas também era um obcecado com a autocomplacência, incapaz de levar a bom fim as suas intenções.[3]

Hoje, Wilde é lembrado por seus epigramas, peças, livros, sobretudo O Retrato de Dorian Gray, seu único romance,[1] e pelas circunstâncias que o levaram durante a sociedade vitoriana a ser preso por atividades homossexuais num dos primeiros julgamentos de celebridades da história moderna.[4]

Os pais de Wilde eram intelectuais anglo-irlandeses em Dublin. Desde jovem, aprendeu a falar francês e alemão fluentemente. Na universidade, teve sólida formação e demonstrou ser um classicista excepcional, primeiro no Trinity College Dublin, depois na Universidade de Oxford. Associou-se à filosofia emergente do esteticismo, liderada por dois de seus tutores, Walter Pater e John Ruskin. Após a universidade, Wilde mudou-se para Londres, tendo destaque em círculos sociais e culturais e trabalhando prolificamente como jornalista.[5] Foram eminentes, à época, suas conferências nos Estados Unidos e no Canadá sobre o Renascimento Inglês e a decoração de interiores.[6]

Na década de 1890, refinou suas ideias sobre a arte em uma série de diálogos e ensaios e incorporou temas de crítica social, decadência, tabus e beleza em O Retrato de Dorian Gray (1890). A oportunidade de construir detalhes estéticos com precisão e combiná-los com temas sociais mais amplos e diretos levou Wilde a escrever para o teatro. Em Paris, escreveu a peça Salomé (1891) em francês, mas a apresentação foi proibida na Inglaterra durante os ensaios por, segundo as autoridades, conter referências bíblicas.[nota 1][nota 2] No ano seguinte, lançou o ensaio A Alma do Homem sob o Socialismo (1892), seu único texto explicitamente político, de crítica à propriedade privada e em favor do socialismo, servindo de inspiração para revolucionários posteriores.[9] Escreveu ainda quadro comédias teatrais "para gente séria", convertendo-se num dos mais famosos dramaturgos tardios da era vitoriana.

No apogeu de sua fama e sucesso, enquanto sua peça A Importância de Ser Honesto (1895) estava em cartaz, Wilde processou o pai de seu amante Alfred Douglas por difamação após ser acusado por ele de "sodomia", mas acabou sendo condenado de "indecência grosseira" por relações com outros homens jovens.[10] Mesmo defendendo-se, notavelmente citando no julgamento "o amor que não ousa dizer seu nome", metáfora para o homoerotismo a partir de um poema de Douglas, foi condenado e preso por dois anos, de 1895 a 1897, com trabalhos forçados. Na prisão, escreveu De Profundis,[nota 3] uma longa carta publicada postumamente em 1905 sobre a sua condição e um contraponto à sua filosofia hedonista anterior.[12] Liberto, partiu imediatamente para a França, jamais retornando para a Irlanda ou a Grã-Bretanha, e onde escreveu sua última obra, "A Balada do Cárcere de Reading" (1898), poema em forma proletária em comemoração aos duros ritmos da vida na prisão. Declarado falido, de reputação arruinada e distante de seus dois filhos com Constance Lloyd, tendo apenas a fidelidade de um círculo reduzido de amigos, entre eles Robert Ross, amante e testamenteiro literário, Oscar Wilde morreu em Paris em 1900, prematuramente aos quarenta e seis anos de idade.

  1. a b Ellmann, 1988.
  2. Funke e Nóvoa, 2003.
  3. Oscar Wilde, Educação e Teoria Aristocrática: Um texto que era três, por Jorge Uribe, Programa em Teoria da Literatura da Universidade de Lisboa, Pessoa Plural: 2 (O./Fall 2012, página 284 e 288)
  4. "Is Oscar Wilde’s reputation due for another reassessment?" (2014). Independent, . Consultado em 26/03/2021.
  5. De Villena, 1999, págs. 66-67.
  6. Harris, 1999, p. 80.
  7. De Villena, 1999, págs. 101 e 102.
  8. Harris, 1999, p. 112.
  9. Pearson, 1950, p. xi.
  10. "A Sentença" do juiz Alfred Wills. Tradução de Gentil de Faria. Folha de São Paulo, caderno Mais!, São Paulo, 21 de maio de 1995. Consultado em 23/03/2021.
  11. Harris, 1999, p. 249.
  12. Harris, 1999, p. 262.


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