Pablo Neruda

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Pablo Neruda
Pablo Neruda
Neruda em 1963
Nome completo Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto
Pseudônimo(s) Pablo Neruda
Nascimento 12 de julho de 1904
Parral, Chile
Morte 23 de setembro de 1973 (69 anos)
Santiago, Chile
Nacionalidade chileno
Cônjuge Matilde Urrutia
Alma mater Universidade do Chile
Ocupação poeta
escritor
Prêmios Prêmio Nacional de Literatura do Chile (1945)

Nobel de Literatura (1971)

Magnum opus Nasci para nascer
Religião ateísmo
Assinatura

Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto (Parral, 12 de julho de 1904 – Santiago, 23 de setembro de 1973), mais conhecido pelo seu pseudónimo e, mais tarde, nome legal, Pablo Neruda (Espanhol: [ˈpaβlo neˈɾuða]), foi um poeta-diplomata chileno e político que ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1971. Neruda ficou conhecido como poeta quando tinha 13 anos, e escreveu numa variedade de estilos, incluindo poemas surrealistas, épicas históricas, manifestos abertamente políticos, uma autobiografia em prosa, e poemas de amor apaixonados como os da sua coleção Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada (1924).

Neruda ocupou muitas posições diplomáticas em vários países durante a sua vida e serviu um mandato como Senador pelo Partido Comunista do Chile. Quando o Presidente Gabriel González Videla baniu o comunismo no Chile em 1948, foi emitido um mandado de captura para Neruda. Amigos esconderam-no durante meses no porão de uma casa na cidade portuária de Valparaíso; Neruda escapou por uma passagem de montanha perto do lago Maihue para a Argentina. Anos mais tarde, Neruda foi um conselheiro próximo do presidente socialista do Chile Salvador Allende. Quando Neruda regressou ao Chile após o seu discurso de aceitação do Prémio Nobel, Allende convidou-o a ler no Estádio Nacional perante 70 000 pessoas.[1]

Neruda foi hospitalizado com cancro em setembro de 1973, na altura do golpe de Estado liderado por Augusto Pinochet que derrubou o governo de Allende, mas regressou a casa após alguns dias quando suspeitou que um médico o injetara com uma substância desconhecida com o objetivo de o assassinar por ordem de Pinochet.[2] Neruda morreu na sua casa em Isla Negra a 23 de setembro de 1973, poucas horas após ter deixado o hospital. Embora tenha sido noticiado durante muito tempo que Neruda morreu de insuficiência cardíaca, o Ministério do Interior do governo chileno emitiu uma declaração em 2015, reconhecendo um documento do Ministério que indicava a posição oficial do governo de que "era explicitamente possível e altamente provável" que Neruda fosse morto como resultado da "intervenção de terceiros".[3] Um teste forense internacional realizado em 2013 rejeitou as alegações de que Neruda fora envenenado. Concluiu-se que ele sofria de cancro da próstata.[4][5] Porém, em 2017, um segundo painel de especialistas encontrou amostras da bactéria Clostridium botulinum em um dente molar do poeta. E, em fevereiro de 2023, o sobrinho de Neruda confirmou que um novo painel teria provas de que a origem da bactéria era exógena.[6]

Pinochet, apoiado por elementos das forças armadas, negou permissão para que o funeral de Neruda fosse tornado público, mas milhares de chilenos, de luto, desobedeceram ao recolher obrigatório e encheram as ruas. Neruda é frequentemente considerado o poeta nacional do Chile, e as suas obras têm sido populares e influentes em todo o mundo. O romancista colombiano Gabriel García Márquez uma vez chamou-lhe "o maior poeta do século XX em qualquer língua",[7] e o crítico Harold Bloom incluiu Neruda como um dos escritores centrais da tradição ocidental no seu livro The Western Canon.

  1. Wyman, Eva Goldschmidt; Zurita, Magdalena Fuentes (2002). The Poets and the General: Chile's Voices of Dissent under Augusto Pinochet 1973–1989 1st ed. Santiago de Chile: LOM Ediciones. p. 18. ISBN 978-956-282-491-0  In Spanish and English.
  2. «Neruda fue asesinado». Proceso (em espanhol). Consultado em 6 de novembro de 2015 
  3. País, Ediciones El (6 de novembro de 2015). «Chile believes it "highly likely" that poet Neruda was murdered in 1973». Consultado em 6 de novembro de 2015 
  4. By Catherine E. Shoichet (13 de novembro de 2013). «Tests find no proof Pablo Neruda was poisoned; some still skeptical». CNN. Consultado em 10 de setembro de 2020 
  5. «Poet Pablo Neruda Was Not Poisoned, Officials in Chile Say» 
  6. SANHUEZA, ANA MARÍA (13 de fevereiro de 2023). «El informe pericial concluye que Pablo Neruda murió envenenado, según la familia». El País Chile (em espanhol). Consultado em 15 de fevereiro de 2023 
  7. Plinio Apuleyo Mendoza (1 de março de 1983). The Fragrance of Guava: Conversations with Gabriel García Márquez. [S.l.]: Verso. p. 49. ISBN 9780860910657. Consultado em 4 de agosto de 2011 

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