Pintura do Romantismo brasileiro

Pedro Américo: A fala do Trono, c. 1872. Museu Imperial

A pintura do Romantismo brasileiro foi a principal expressão das artes plásticas no Brasil na segunda metade do século XIX. Essa produção pictórica se inseriu na evolução local do movimento romântico e coincidiu aproximadamente com o período do Segundo Reinado, mas suas características foram bastante singulares, diferenciando-se em vários pontos em relação à versão original do Romantismo europeu e da mesma forma não pode ser considerada um paralelo exato da importante manifestação do Romantismo na literatura brasileira da mesma época. Teve uma feição palaciana e contida, trouxe forte carga neoclássica e logo se mesclou ao Realismo, Simbolismo e outras escolas, em uma síntese eclética que vigorou até os primeiros anos do século XX.

Em termos ideológicos a pintura do Romantismo brasileiro girou principalmente em torno do movimento nacionalista orquestrado habilmente pelo imperador Dom Pedro II, ciente dos problemas oriundos da falta de unidade cultural num país tão vasto e interessado em apresentar uma imagem de um Brasil civilizado e progressista diante do mundo. Esse nacionalismo encontrou expressão maior na reconstrução visual de eventos históricos importantes, no retrato da natureza e dos tipos populares, e na reabilitação do índio, legando um corpo de obras de arte que até hoje figura com destaque nos museus nacionais, e cujo simbolismo marcante e efetivo contribuiu de maneira poderosa para a construção de uma nova identidade nacional e fez alguns de seus exemplos mais bem conseguidos penetrarem indelevelmente na memória coletiva do povo brasileiro.[1][2]

  1. BISCARDI, Afrânio & ROCHA, Frederico Almeida. O Mecenato Artístico de D. Pedro II e o Projeto Imperial. In: 19&20 - A revista eletrônica de DezenoveVinte. Volume I, n. 1, maio de 2006. [1]
  2. FRANZ, Teresinha Sueli. Victor Meirelles e a Construção da Identidade Brasileira. In: 19&20 - A revista eletrônica de DezenoveVinte. Volume II, n. 3, julho de 2007 [2]

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