Primeira Guerra Mundial

Primeira Guerra Mundial

De cima para baixo, da esquerda para a direita: trincheiras na Frente Ocidental, avião bi-planador Albatros D.III, Tanque britânico Mark I cruza uma trincheira, metralhadora comandada por um soldado usando máscara contra gases e o fundamento do navio de guerra HMS Irresistible após bater em mina.
Data 28 de julho de 191411 de novembro de 1918
Local Oceano Pacífico, Oceano Atlântico, Oceano Índico, Europa, Ásia, África, Oriente Médio e costas das América do Norte e do Sul
Desfecho Vitória dos Aliados:
Beligerantes
Aliados
(Tríplice Entente): ...e outros
Impérios Centrais
(Tríplice Aliança): ...e outros
Comandantes
Georges Clemenceau
Raymond Poincaré
Ferdinand Foch
Jorge V
H. H. Asquith
David Lloyd George
Douglas Haig
Winston Churchill
Nicolau II
Nicolau Nikolaevich
Aleksei Brusilov
Alexander Kerensky
Vítor Emanuel III
Vittorio Orlando
Luigi Cadorna
Woodrow Wilson
John J. Pershing
Pedro I
Fernando I
Alberto I
Taishō
Hussein bin Ali
Guilherme II
Paul von Hindenburg
Erich Ludendorff
Erich von Falkenhayn
Helmuth von Moltke
Francisco José I
Carlos I
Conrad von Hötzendorf
Arz von Straußenburg
Maomé V Raxade
Maomé VI Vahideddine
İsmail Enver
Mehmed Talat
Ahmed Djemal
Fernando I
Nikola Zhekov
Forças
42 959 850 soldados[1] 25 248 321 soldados[1]
Baixas
Militares: 18 356 500 mortos, feridos ou desaparecidos[2][3]
  • 5 525 000 mortos
  • 12 831 500 feridos
Mortes civis: 4 000 000
Militares: 12 774 000 mortos, feridos ou desaparecidos[2]
  • 4 386 000 mortos
  • 8 388 000 feridos
Mortes civis: 3 700 000

A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra ou Guerra das Guerras, até o início da Segunda Guerra Mundial) foi um conflito bélico global centrado na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. A guerra envolveu todas as grandes potências do mundo,[4] que se organizaram em duas alianças opostas: os Aliados (com base na Tríplice Entente entre Reino Unido, França e Rússia) e os Impérios Centrais (Alemanha e Áustria-Hungria). Originalmente a Tríplice Aliança era formada pela Alemanha, Áustria-Hungria e a Itália; mas como a Áustria-Hungria tinha tomado a ofensiva, violando o acordo, a Itália não entrou na guerra pela Tríplice Aliança.[5] Estas alianças reorganizaram-se (a Itália lutou pelos Aliados) e expandiram-se com mais nações que entraram na guerra. Em última análise, mais de setenta milhões de militares, incluindo sessenta milhões de europeus, foram mobilizados em uma das maiores guerras da história.[6][7] Mais de nove milhões de combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços tecnológicos que determinaram um crescimento enorme na letalidade de armas, mas sem melhorias correspondentes em proteção ou mobilidade. Foi o sexto conflito mais mortal na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas.[8]

Entre as causas da guerra incluem-se as políticas imperialistas estrangeiras das grandes potências da Europa, como o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro, o Império Otomano, o Império Russo, o Império Britânico, a Terceira República Francesa e a Itália. Em 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo nacionalista iugoslavo Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia, foi o gatilho imediato da guerra, o que resultou em um ultimato da Áustria-Hungria contra o Reino da Sérvia.[9][10] Diversas alianças formadas ao longo das décadas anteriores foram invocadas, com o que, dentro de algumas semanas, as grandes potências estavam em guerra; através de suas colônias, o conflito logo se espalhou ao redor do planeta.

Em 28 de julho, o conflito iniciou-se com a invasão austro-húngara da Sérvia,[11][12] seguida pela invasão alemã da Bélgica, Luxemburgo e França, e um ataque russo contra a Alemanha. Depois da marcha alemã até Paris ter levado a um impasse, a Frente Ocidental se transformou em uma batalha de atrito estático com uma linha de trincheiras que pouco mudou até 1917. Na Frente Oriental, o exército russo lutou com sucesso contra as forças austro-húngaras, mas foi forçado a recuar da Prússia Oriental e da Polônia pelo exército alemão. Frentes de batalha adicionais abriram-se depois que o Império Otomano entrou na guerra em 1914, Itália e Bulgária em 1915 e a Romênia em 1916. Depois de uma ofensiva alemã em 1918 ao longo da Frente Ocidental, os Aliados forçaram o recuo dos exércitos alemães em uma série de ofensivas de sucesso e as forças dos Estados Unidos começaram a entrar nas trincheiras. A Alemanha, que teve o seu próprio problema com os revolucionários, neste ponto concordou com um cessar-fogo em 11 de novembro de 1918, episódio mais tarde conhecido como Dia do Armistício. A guerra terminou com a vitória dos Aliados.

Os eventos nos conflitos locais eram tão tumultuosos quanto nas grandes frentes de batalha, tentando os participantes mobilizar a sua mão de obra e recursos econômicos para lutar uma guerra total. Até o final da guerra, quatro grandes potências imperiais — os impérios Alemão, Russo, Austro-Húngaro e Otomano — deixaram de existir. Os Estados sucessores dos dois primeiros perderam uma grande quantidade de seu território, enquanto os dois últimos foram completamente desmontados. O mapa da Europa central foi redesenhado em vários novos países menores.[13] A Liga das Nações, organização precursora das Nações Unidas, foi formada na esperança de evitar outro conflito dessa magnitude. Esses esforços falharam, exacerbando o nacionalismo em vários países, a depressão econômica, as repercussões da derrota da Alemanha e os problemas com o Tratado de Versalhes, que foram fatores que contribuíram para o início da Segunda Guerra Mundial.[14]

  1. a b Tucker & Roberts 2005, p. 273
  2. a b «World War I casualties» (PDF). Centre-Robert-Schuman.org. Consultado em 25 de agosto de 2019. Arquivado do original (PDF) em 22 de dezembro de 2014 
  3. Nash (1976). Darkest Hours. Lanham: Rowman & Littlefield. ISBN 978-1590775264 
  4. Willmott 2003, pp. 10–11
  5. Willmott 2003, p. 15
  6. Keegan 1988, p. 8
  7. Bade & Brown 2003, pp. 167–168
  8. Willmott 2003, p. 307
  9. Taylor 1998, pp. 80–93
  10. Djokić 2003, p. 24
  11. Evans 2004, p. 12
  12. Martel 2003, p. xii ff
  13. Keegan 1988, p. 7
  14. Keegan 1988, p. 11

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