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Protestantismo é uma forma de cristianismo que se originou com a Reforma Protestante do século XVI, um movimento contra o que seus seguidores consideravam erros da Igreja Católica.[1] Os protestantes rejeitam a doutrina católica romana da supremacia papal e dos sacramentos, mas discordam entre si quanto à presença real de Jesus na Eucaristia e em questões de política eclesiástica e sucessão apostólica.[2] Eles enfatizam o sacerdócio de todos os crentes; a justificação somente pela fé (sola fide) em vez de boas obras; o ensino de que a salvação vem pela graça divina ou "favor imerecido" apenas, não como algo merecido (sola gratia); e afirmar a Bíblia como sendo a única autoridade máxima (sola scriptura ou apenas a escritura), em vez de também com a tradição sagrada.[3] Os cinco solae resumem as diferenças teológicas básicas em oposição à Igreja Católica.[4]
O protestantismo começou na Alemanha em 1517, quando Martinho Lutero publicou suas Noventa e cinco teses como uma reação contra os abusos na venda de indulgências pela Igreja Católica, que pretendia oferecer a remissão da pena temporal de pecados para seus compradores.[2] O termo, entretanto, deriva da carta de protesto dos príncipes luteranos alemães em 1529 contra um édito da Dieta de Speyer condenando os ensinamentos de Martinho Lutero como heréticos.[5] Embora tenha havido rupturas anteriores e tentativas de reformar a Igreja Católica — notadamente por Pedro Valdo, John Wycliffe e Jan Hus —, apenas Lutero conseguiu desencadear um movimento mais amplo, duradouro e moderno.[6] No século XVI, o luteranismo se espalhou da Alemanha para a Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia, Letônia, Estônia e Islândia.[7] As igrejas calvinistas se espalharam na Alemanha, Hungria, Países Baixos, Escócia, Suíça e França por reformadores protestantes como João Calvino, Huldrych Zwingli e John Knox.[8] A separação política da Igreja da Inglaterra do papa sob o reinado de Henrique VIII deu início ao anglicanismo, trazendo a Inglaterra e o País de Gales para este amplo movimento de reforma.[9]
Hoje, o protestantismo constitui a segunda maior forma de cristianismo (depois do catolicismo), com um total de 800 milhões até 1 bilhão de adeptos em todo o mundo ou cerca de 37% de todos os cristãos.[10][11] Os protestantes desenvolveram sua própria cultura, com grandes contribuições na educação, nas humanidades e nas ciências, na ordem política e social, na economia e nas artes e em muitos outros campos.[12] O protestantismo é diverso, estando mais dividido teológica e eclesiasticamente do que a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa ou a Ortodoxia Oriental.[13] Sem unidade estrutural ou autoridade humana central, protestantes desenvolveram o conceito de uma igreja invisível, em contraste com a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa Oriental, as Igrejas Ortodoxas Orientais, a Igreja Assíria do Oriente e a Igreja Antiga do Oriente, que todos se entendem como a única igreja original — a "única igreja verdadeira" —fundada por Jesus Cristo. Algumas denominações têm alcance e distribuição mundial, enquanto outras estão confinadas a um único país. A maioria dos protestantes são membros de um punhado de famílias denominacionais: adventistas, anabatistas, anglicanos/episcopais, batistas, calvinistas/reformados,[14] luteranos, metodistas, morávios/hussitas, pentecostais, quakers e valdenses. Igrejas não denominacionais, carismáticas, evangélicas, independentes e outras estão em ascensão e constituem uma parte significativa do protestantismo.[15][16]