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A Quarta Internacional (QI) é uma organização comunista internacional composta por seguidores de Leon Trótski (trotskistas), com o objetivo declarado de ajudar a classe trabalhadora a alcançar o socialismo. Historicamente, a Quarta Internacional foi fundada na França em 1938, onde Trotsky e seus seguidores, após terem sido expulsos da União Soviética, consideraram a Comintern ou Terceira Internacional como "perdida para o stalinismo" e incapaz de levar a classe trabalhadora internacional ao poder político.[1] Assim sendo, os trotskistas fundaram sua própria Internacional Comunista.
A Quarta Internacional sofreu várias cisões ao longo de sua história: a primeira em 1940, que ocorreu somente na França, e a mais importante, que se deu no plano internacional, em 1953. Apesar de uma reunificação em 1963, vários reagrupamentos internacionais reivindicam a Quarta Internacional e a herança trotskista.
Durante parte importante de sua existência, a Quarta Internacional foi perseguida por agentes da polícia secreta soviética, reprimida por países capitalistas, como a França e os Estados Unidos, e rejeitada como ilegítima pelos seguidores da União Soviética e, posteriormente, do maoismo – uma posição ainda mantida por estes comunistas nos dias de hoje. Durante a Segunda Guerra Mundial, sob estas condições de ilegalidade e hostilidade em grande parte do mundo, ela encontrou dificuldade para manter contato entre seus membros. Quando revoltas dos trabalhadores ocorreram, eram geralmente sob a influência de grupos de inspiração soviética, de maoistas, social-democratas, anarquistas, ou de grupos de militantes nacionalistas, levando a novas derrotas para a QI e os trotskistas, que nunca conseguiram apoio semelhante.[2] Mesmo após o repúdio do Estado soviético a Stalin e o processo de desestalinização do país, o trotskismo, apesar de sua crítica à burocratização, não viveu um processo de ampliação de sua influência. A crise vivida pelo ideário socialista, de todos os matizes, também enfraqueceu a alternativa trotskista. Ideologicamente, maoistas, comunistas de esquerda e anarquistas consideram o trotskismo – e, portanto, também a Quarta Internacional – ideologicamente falido e impotente. Apesar disso, muitas partes da América Latina e da Europa continuam a abrigar grandes grupos trotskistas, com seguidores jovens e velhos, que são atraídos pelo "anti-stalinismo" e pela retórica a favor do movimento operário internacional. Alguns desses grupos carregam o rótulo de "membro da Quarta Internacional", quer no nome de sua organização, em seus manifestos, ou em ambos.