Rei Lear (King Lear, em inglês) é uma tragédia teatral de William Shakespeare, considerada uma de suas obras-primas. No argumento da obra, situado em uma Grã-Bretanha pré-cristã, por volta de 800 a.C., inspirado por fatos e antigas lendas britânicas, sobretudo em Leir da Bretanha, o rei enlouquece após ser traído por duas de suas três filhas, às quais havia legado seu reino de maneira insensata.
Escrita em torno de 1605, a peça foi encenada pela primeira vez perante a corte inglesa no Palácio de Whitehall no dia 26 de dezembro de 1606. Foi impressa em 1608, e novamente em 1623 numa versão revisada.[1][2] As três publicações existentes das quais os editores modernos derivam seus textos são o quarto de 1608 (Q1), The True Chronicle of the History of the Life and Death of King Lear and His Three Daughters (A Verdadeira Crônica da História da Vida e Morte do Rei Lear e Suas Três Filhas), o quarto de 1619 (Q2, não oficial e baseado no Q1) e o First Folio de 1623 (The Tragedy of King Lear/A Tragédia do Rei Lear), que trazia as obras completas de Shakespeare pela primeira vez. As versões dos quartos diferem significativamente da versão em fólio. Geralmente, as versões são editadas em um único texto, mas muitos estudiosos acreditam que cada versão tem seus próprios méritos.
A peça foi frequentemente revisada após a Restauração inglesa para um público que não gostava de seu "final terrível", de seu tom sombrio e deprimente, mas, desde o século XIX, a peça original de Shakespeare tem sido considerada uma de suas conquistas artísticas supremas. Tanto o papel-título quanto os papéis coadjuvantes foram cobiçados por atores talentosos de todo o mundo, e a peça é amplamente adaptada para o teatro, cinema, música e outros meios.