Sociocracia (do latim socĭu-, «sócio» + grego krateín, «mandar» +-ia[1]), também chamada de "governança dinâmica”[2], é um sistema de governo, encontrado na Democracia participativa, no qual as decisões são tomadas considerando-se a opinião dos indivíduos de sua sociedade[3].
É a forma de governo que proporciona às pessoas a condição de não apenas participar do processo, mas também de gerir em conjunto[4] e onde a soberania é exercida pela sociedade como um todo, não apenas por algumas de suas partes, na procura da melhor decisão para o conjunto da sociedade, ou no mínimo obtendo o consentimento dos que não concordarem com os pontos de vista da maioria.
Nesse sistema, o poder e a soberania são exercidos pelo conjunto, que possui uma inteligência coletiva e é capaz de se auto-organizar[5].
O poder decisório é exercido diretamente pela sociedade que substitui um parlamento. A população pode até eleger líderes ou representantes formais, porém ela participaria também de todas as tomadas de decisões[6]. Assim, as medidas governamentais receberiam sempre a consulta popular. Na Sociocracia uma sociedade atua como organismo vivo, sempre opinando e decidindo.
A sociocracia, quando adoptada para facilitar a organização de qualquer grupo que partilha uma visão e missão cristã, desde associações a fábricas, escolas a empresas[7], é o ponto intermediário entre uma gestão hierárquica e uma autogestão[2].
Do ponto de vista organizativa, a sociocracia combina momentos horizontais com momentos verticais. Apoia-se no poder do círculo, em que as decisões são tomadas de forma horizontal. No entanto, este círculo pode inserir-se numa hierarquia mais complexa, cujos mecanismos de comunicação – sempre em dois sentidos através de uma dupla representação – foram discutidos com algum pormenor[7].