O tribalismo é um estado de organização que defende que os seres humanos deveriam viver em sociedades pequenas (tribos) ao invés de viver em sociedade massiva,[1] advogando por uma tribo ou mais. O termo também é conhecido como Neotribalismo ou tribalismo moderno, com colocações defendidas e elaboradas por Michel Maffesoli. Em termos de conformidade, tribalismo também pode se referir a uma maneira de pensar ou se comportar, no qual as pessoas são mais leais a sua tribo que qualquer outro grupo social. [2]
A estrutura social de uma tribo pode variar grandemente, porém, por causa do pouco tamanho das tribos, a estrutura é sempre relativamente simples, com poucas (às vezes nenhuma) distinções sociais entre seus membros.[3]
Tribalismo implica possuir uma forte identidade cultural ou étnica que separe seus membros dos membros de outro grupo, sendo o forte sentimento de identidade um pré-requisito para a formação de uma sociedade tribal verdadeira.[4]
O tribalismo pressupõe um retorno aos hábitos civilizacionais e culturais primitivos. Este regresso deriva da característica intrínseca e muitas vezes da ineficácia das instituições em que a sociedade modernista está estruturada desde o século XVIII. O tribalismo, ou a recuperação dos valores originais, tornou-se evidente a partir dos anos 60 do século XX (sendo um exemplo o movimento hippie) e caracteriza-se pela formação de núcleos sociais pequenos sobretudo em grandes cidades, que diligenciam apoiar-se endogenamente, uma vez que não obtêm o amparo necessário dos organismos estatais ou institucionais. Assiste-se assim a um "retorno de Dionísio", conforme menciona o sociólogo francês Michel Maffesoli, em que estes pequenos núcleos (ou microtribos) se salientam pelo hedonismo, gosto pelo belo, pelo desfrute desordenado do momento, contrariando a racionalidade e as preocupações bem reais. Desta forma, a mentalidade yuppie, dependente do trabalho, começa a ser substituída em muitas zonas do globo pelo culto da própria pessoa, conforme atesta o estudo empreendido pelo mesmo sociólogo nas cidades de Tóquio, Paris e Rio de Janeiro (plasmado na obra O Nomadismo). Se, por um lado, se presencia a renovação da importância do indivíduo, este tribalismo pós-moderno é, no entender de vários autores, um modo de abstracção e de defesa contra a estrutura racionalista que não conseguiu suprir as necessidades heterogéneas e massivas do ser humano.