Voo Air France 447

Voo Air France 447
Voo Air France 447
F-GZCP, a aeronave envolvida no acidente, em uma foto de 2007
Sumário
Data 1 de junho de 2009 (15 anos)
Causa Obstrução dos pitots, causando medições errôneas de velocidade. Comandos inapropriados que levaram a um estol em alta altitude.[1]
Local Oceano Atlântico, c 160 km (86,4 m.n.) a NNW do arquipélago de São Pedro e São Paulo.[2]
Coordenadas 3° 03′ 57″ N, 30° 33′ 42″ O
Origem Aeroporto Internacional do Galeão, Rio de Janeiro
Destino Aeroporto Internacional Charles de Gaulle, Paris
Passageiros 216
Tripulantes 12
Mortos 228 (todos)[3]
Aeronave
Modelo Airbus A330-203
Operador França Air France
Prefixo F-GZCP
Primeiro voo 25 de fevereiro de 2005[4]

Voo Air France 447 era a identificação da rota aérea regular de longo curso operada pela companhia francesa Air France entre Rio de Janeiro e Paris. Tornou-se conhecido pelo acidente aéreo ocorrido durante o voo da noite de 31 de maio para 1 de junho de 2009, efetuado pelo Airbus A330-203, quando a aeronave caiu no Oceano Atlântico devido a indicações errôneas de velocidade e falhas de comunicação entre os pilotos. A aeronave estava com 228 pessoas a bordo (216 passageiros e 12 tripulantes). O avião, de matrícula F-GZCP, partiu do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão a 31 de maio de 2009, às 19h29min locais (22h29 UTC),[5]1.1 e deveria chegar ao Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle 10h34min depois.[1]

O último contato humano com a tripulação foram mensagens de rotina enviadas aos controladores de terra brasileiros 3 horas e 06 minutos após o início do voo,[1] pág 1/5 quando o avião se aproximava do limite de vigilância dos radares brasileiros, cruzando o Oceano Atlântico en route, seguindo para a costa senegalesa, na África Ocidental, onde voltaria a ser coberto por radares. Quarenta minutos mais tarde, uma série de mensagens automáticas emitidas pelo ACARS (Aircraft Communications Addressing and Reporting System ou Sistema Dirigido de Comunicação e Informação da Aeronave) foram enviadas pelo avião, indicando problemas elétricos e de perda da pressurização da cabine da aeronave, sem que houvesse outras indicações de problemas.

Por não se confirmar a esperada aparição da aeronave nos radares senegaleses e não ter sido possível o contato com o controle de tráfego aéreo de ambos os lados do Oceano Atlântico, teve início uma busca pelo avião. Posteriormente, o Ministro dos Transportes da França, Jean-Louis Borloo, admitiu que "a situação era alarmante" e que a aeronave poderia ser dada como desaparecida já que, pelo tempo decorrido, teria esgotado suas reservas de combustível.[6] Em 2 de junho foram reportadas observações aéreas e marítimas de destroços no oceano, perto da última localização conhecida do aparelho.[7] À medida que as buscas continuaram, a França enviou o navio de pesquisa Pourquoi Pas?,[8] equipado com dois mini-submarinos capazes de realizar buscas a uma profundidade de 4 700 m. O Brasil enviou cinco navios para o local, dentre os quais um navio-tanque para prolongar as buscas na área. O porta-voz da marinha brasileira afirmou que a existência de destroços poderia ser um indício de haver sobreviventes.

Na tarde de 2 de junho o ministro da defesa do Brasil, Nelson Jobim, confirmou a queda do avião no Oceano Atlântico, na área onde foram avistados os destroços. Na noite do mesmo dia, o presidente brasileiro em exercício, José Alencar, tendo em vista a localização do acidente em alto-mar, decretou luto nacional por três dias, em memória às vítimas da tragédia. A 3 de junho o Estado Maior do Exército francês confirmou que os destroços encontrados pertenciam ao Airbus desaparecido. Em 3 de abril de 2011, a agência do governo francês para investigações de acidentes aeronáuticos (BEA) anunciou que, após novas buscas no oceano, localizou e que iria recolher diversos destroços.[9] Também foi anunciado que corpos foram vistos entre os destroços.[10] A investigação inicial do acidente foi prejudicada tanto pela falta de testemunhas e rastreamento de radares, como pela falta das caixas pretas, localizadas dois anos após o acidente, em maio de 2011.[11]

  1. a b c «Relatório final - AF447» (PDF). BEA. Consultado em 7 de abril de 2018. Arquivado do original (PDF) em 15 de novembro de 2012 
  2. AF447 (em inglês)
  3. G1 (26 de junho de 2009). «Buscas por vítimas do voo 447 da Air France são encerrada». Consultado em 7 de abril de 2018 
  4. «Air France F-GZCP». AirFleets.net. Consultado em 7 de abril de 2018 
  5. BEA. «Jul/2012-Relatório Final» (PDF) (em inglês). Consultado em 16 de Março de 2014 
  6. «Voo 447 reportou pane antes de desaparecer dos radares». Estadão/Brasil. 1 de junho de 2009. Consultado em 19 de dezembro de 2013 
  7. «Storms hamper lost plane search». 2 de junho de 2009. Consultado em 2 de junho de 2009 
  8. «French ship Pourquoi Pas? (2005)» (em inglês). Wikipedia. Consultado em 6 de setembro de 2013 
  9. Ben Quinn and press agencies (3 de abril de 2011). «Air France 447 search yields fresh hope with discovery of debris on seabed». The Guardian. UK. Consultado em 4 de abril de 2011 
  10. «Voo 447: governo da França diz que encontrou corpos entre os destroços do avião». O Globo. 4 de abril de 2011. Consultado em 4 de abril de 2011 
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